A prevenção da obesidade é o primeiro passo para a prevenção de inúmeras complicações relacionadas com o excesso de peso, principalmente as doenças cardiovasculares.

Actualmente em Portugal existem cerca 30% de crianças entre os 7 e os 9 anos com excesso de peso, 11% das quais são realmente obesas. Mas afinal como podemos diminuir estes números ou evitar que aumentem?

O segredo para a irredicação deste problema está na prevenção! Apesar de se considerar que a obesidade tem uma predisposição genética, o certo é que apenas entre 5 a 25% tem como responsáveis os progenitores. Assim, os factores ambientais são aqueles que influenciam mais a manifestação clínica da doença.

As complicações mais frequentes numa pessoa obesa são a diabetes tipo 2, hipertensão arterial, colesterol aumentado, problemas ao nível dos ossos e articulações, problemas respiratórios, problemas ao nível emocional (baixa auto-estima, auto-imagem insatisfatória, isolamento social e sentimentos de depressão e rejeição) e doenças cardiovasculares (enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral).

Numa fase precoce é possível educar as crianças a estabelecer novos hábitos alimentares e de actividade física mas, para isto, é imprescindível que toda a família esteja empenhada na mudança para existir uma fonte de motivação para a criança. O primeiro passo é criar hábitos alimentares, exercícios e actividades agradáveis para todos os membros da família.

O segundo passo é estabelecer quantidades alimentares de acordo com a idade e dissuadir as crianças de consumir alimentos das máquinas de vending e estabelecimentos de fast-food, oferecendo sempre uma alternativa saudável que a criança possa levar de casa ou adquirir facilmente na escola. É necessário reduzir o tempo que as crianças passam a ao computador e a ver televisão pois além desta última promover uma alimentação desequilibrada, devido à publicidade, tanto um como o outro reforçam o estilo de vida sedentário.

É também importante verificar se a criança está ou não a utilizar a
comida como refúgio.

É comum, no bebé, o alimento ser associado a um
sentimento de segurança e presença da pessoa que fornece a nutrição e, à
medida que a criança cresce, os pais usam alguns alimentos como reforço
positivo para alcançar um determinado comportamento por parte da
criança.

Desta forma a criança passa a encarar a alimentação como um
meio de lidar com sentimentos de depressão, hostilidade ou solidão.

Num
programa de perda de peso, é pois importante o apoio psicológico da
criança e dos membros da família. O papel da enfermeira na obesidade
infantil centra-se na avaliação do risco da criança se tornar obesa
através da avaliação dos dados antropométricos, cálculo do Índice de
Massa Corporal (IMC), recolha da história familiar, avaliação dos
hábitos alimentares e actividade física da criança.

A prevenção é,
então, essencial! Uma criança obesa pode tornar-se num adolescente obeso
que por sua vez se pode tornar num adulto obeso com inúmeras
complicações associadas ao excesso de peso. Combater a obesidade
infantil hoje é o primeiro passo para existirem crianças, adolescentes e
adultos saudáveis amanhã!

Texto: Patrícia Venâncio (enfermeira)

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