Há quem lhe chame damasco e quem prefira chamar-lhe alperce. Este fruto hipocalórico é muito recomendado em dietas e regimes alimentares dietéticos.

Rico em vitaminas, sobretudo B1, B2, B3, B5, B6 e vitamina C, este fruto laxante e anti-oxidante é também uma boa fonte de betacaroteno, de ácido fólico, de cálcio, de cobre, de ferro e de magnésio, além de potássio e de zinco.

No nosso país, as variedades prematuras frutificam no início de junho. O fruto amadurece cerca de 100 dias após a floração, que será no final de fevereiro. Verifique se na sua área de residência não existem riscos de geadas nessa altura, ou será melhor opção escolher variedades mais tardias. Os frutos de junho chegam mesmo antes das ameixas. Com eles fazemos saladas de fruta damasco/framboesa excelentes.

Os primeiros frutos são sumarentos e macios, no fim da produção os frutos têm uma textura mais parecida com algodão. São atacados por aves e vespas. A colheita deve ser feita de uma só vez (até 60 kg por árvore). Com eles podem fazer as melhores compotas, conservar seco ou congelar. Os suíços fazem um bom licor alcoólico, o Abricotine du Valais, obtido a partir do fruto do damasqueiro. Trata-se de uma bonita árvore, tolerante em termos de solo, aceita rega esporádica durante o verão, necessita de pouca adubação, gosta de espaço e de sol.

Tem um caráter independente, não gosta de ter ervas aos pés, na estação quente aprecia uma camada de matéria morta (mulch). Cria rebentos, não é feito para os relvados modernos. Como outras fruteiras de caroço, o damasqueiro não gosta de ser podado, cicatriza mal, produz facilmente resina. A poda deverá ser mínima, o topo aparado no inverno e as feridas dos cortes devem ser tapados com um penso de argila. O mesmo deve ser feito se houver quebra acidental de ramos.

A árvore reage mal a uma poda excessiva e deixa de frutificar durante alguns anos. A sua gestão é delicada, o equilíbrio entre a massa da raiz e a massa da folhagem pode levar algum tempo a restabelecer. Já observei jardineiros a arquear ramos de crescimento vertical. Curvam-se
amarrando-lhes uma pedra, um bom método que evita a poda e acelera a frutificação. Muitas variedades modernas são autoférteis, mas como sempre dois vizinhos autoférteis prestam serviços recíprocos e a produção em par é sempre melhor.

Ideal para casa de campo

No inverno, os únicos tratamentos que contribuem a longo prazo para a sua saúde são os óleos de inverno, que limpam a árvore, e uma pulverização de calda de cobre contra as possíveis doenças fúngicas quando o mês de maio é húmido. Menos sensível que o pessegueiro à lepra do pessegueiro (Taphrina deformans) e que as ameixeiras aos piolhos, esta árvore de fruto é ideal para uma casa de campo pois além dos frutos dará também uma boa sombra durante o verão.

Orientar em tronco grande

Espontaneamente, a árvore dispersa-se escalonadamente, não se consegue circular debaixo de um damasqueiro se o seu tronco for muito baixo. Outra vantagem, o tronco alto tem mais flores ao calor o que limita o risco das geadas. Nesse tronco, deixar partir oito bons ramos de armação em forma livre.

O damasqueiro floresce e frutifica anualmente, o que quer dizer que os frutos são protegidos pelas folhas desse mesmo ano. Em cada ano, no fim de maio, deve-se caiar os troncos principais das nossas árvores em altura.

Se não o fizermos, os troncos ficarão queimados pelo sol e a árvore ficará enfraquecida, com exceção das oliveiras e das palmeiras. Para as crianças, a sementeira dos caroços de damasqueiro darão frutos em três ou quatro anos. Estes serão frutos pequenos mas muito gostosos.

Texto: J.P. Brigand