O Rastreio Pré-Eclâmpsia do 1º trimestre permite a identificação precoce de uma gravidez com elevado risco para Pré-Eclâmpsia e aumenta a probabilidade de um melhor prognóstico para esta gravidez.

O Rastreio da Pré-Eclâmpsia implica a obtenção de uma estimativa do risco de que a doença se desenvolva, antes que qualquer sinal ou sintoma apareça.

Assim temos de ter saber quais são os fatores que devem ser considerados para o Rastreio Pré-Eclâmpsia do 1º trimestre e neste sentido vamos considerar essencialmente 4 fatores, a História Materna, os Marcadores Biofísicos, os Marcadores Ecográficos e os Marcadores Bioquímicos:

1. A História Materna deve considerar a História prévia ou familiar de Pré-Eclâmpsia, a paridade, procriação medicamente assistida, diabetes mellitus, a etnicidade, as idades reprodutivas extremas (< 18 anos; > 37 anos).

2. Os Marcadores Biofísicos são considerados o Index de Massa Corporal (IMC) e a Pressão Arterial Média (MAP).

3. Os Marcadores Ecográficos, indicados pelo Index de Pulsatilidade da Artéria Uterina (uA-PI).

4. Os Marcadores Bioquímicos constituídos pela Proteína A plasmática associada à gravidez (PAPP-A) e pelo Fator de Crescimento Placentar (PlGF).

A importância do Fator de Crescimento Placentar

O doseamento bioquímico da PAPP-A e de Fator de Crescimento Placentar (PlGF) deve ser feito às 10-13 semanas + 6 dias de gestação.

Importa realçar a importância da PlGF (Placenta Growth factor) - fator de crescimento placentar que é produzida pela placenta é um fator angiogénico, atuando como vasodilatador que aumenta o diâmetro das artérias existentes.

A PlGF é o marcador ideal para o rastreio precoce do risco de Pré-eclâmpsia

Níveis baixos de PlGF contribuem para a disfunção vascular, que é um dos sintomas da Pré-Eclâmpsia. A PlGF está diminuída numa elevada percentagem de gravidezes que evoluem para Pré-Eclâmpsia. Esta redução é mais marcada no 1º Trimestre, daí a importância do Rastreio Pré-Eclâmpsia neste período de gestação ao combinar os marcadores biofísicos, ecográficos e bioquímicos, obtém-se uma taxa de deteção de 93%.

Que complicações maternas podem ocorrer na Pré-Eclâmpsia?

São várias as complicações maternas que podem ocorrer na Pré-Eclâmpsia, como lesões neurológicas permanentes, insuficiência renal, risco aumentado de hipertensão essencial, descolamento prematuro de placenta normalmente inserida (DPPNI), pode ocorrer a morte, recorrência em 25% das gravidezes.

Como veremos no nosso próximo artigo se a Pré-Eclâmpsia não for diagnosticada atempadamente as complicações maternas podem progredir para a síndrome HELLP.

Por Germano de Sousa