A batéria Legionella Pneumophila está associada ao meio aquático e necessita de algumas condições para o seu crescimento, como água estagnada e temperaturas entre os 25 e os 55º C.

Estes dois elementos  associados à capacidade de produção de gotículas por aerosssol propiciam a inalação de  gotículas de água contaminada que  se deposita nos pulmões. A transmissão não se faz de pessoa para pessoa, ou seja, só pode ocorrer transmissão da doença por via da inalação de gotículas de água contaminada.

Os reservatórios com água contaminada que mais frequentemente estão associados a este tipo de  surtos são as torres de arrefecimento, as condutas de ar condicionado, os condensadores e todos os equipamentos que envolvam água contaminada e produção de gotículas.

Os homens são mais atingidos do que as mulheres numa proporção de 3 para 1 e a idade com maior prevalência é habitualmente acima dos 50 anos.

A idade pediátrica é raramente atingida. As crianças com Legionella têm quase sempre doenças graves que são o elemento determinante para o aparecimento da mesma.

Os fatores de risco são a idade, a doença crónica respiratória, os hábitos tabágicos e outras doenças crónicas que diminuem as defesas do organismo.

Sintomas

Os sintomas são gerais, respiratórios, gastrointestinais e neurológicos: calafrios, febre elevada, dores de cabeça, dores musculares, dores articulares, tosse por vezes com expetoração raiada de sangue, dor torácica, dificuldade respiratória, náuseas, vómitos, diarreia e alterações do sistema nervoso central, como confusão  e agitação. 

O diagnóstico da Legionella Pneumophila de serotipo 1 é rápido e faz-se através de uma análise específica da urina cuja análise pode demorar entre 20 a 30 minutos.

O tratamento é feito com antibióticos específicos, deve ser o  mais precoce possível.  No tratamento, estão ainda incluídas outras medidas de suporte que dependem do grau de gravidade da doença, podendo mesmo levar à ventilação assistida e  internamento em cuidados intensivos.

A evolução na maioria dos casos é favorável. Alguns doentes ficam com sequelas pulmonares.

Por Luís Manuel Carreiro, Médico Pneumologista e Coordenador do Serviço de Pneumologia do Hospital dos Lusíadas