Afeta 14,2% da população portuguesa com mais de 40 anos, atinge 210 milhões de pessoas em todo o mundo e estima-se que venha a ser a terceira principal causa de morte em 2020.

É atualmente a quarta, sendo responsável por 6% dos óbitos mundiais, calculando-se que tenha custos de sáude diretos de quase 40 mil milhões de euros.

Os sintomas, as exacerbações e as co-morbilidades associadas à doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) reduzem significativamente a qualidade de vida dos doentes. As manifestações mais comuns são a falta de ar, expetoração excessiva (uma mistura de saliva e muco nas vias aéreas), tosse crónica, pieira e dificuldade em respirar, sendo que a maioria dos doentes com DPOC indica a manhã como o período do dia em que os sintomas são piores do que o habitual, referindo ainda a falta de ar como o sintoma mais associado às dificuldades sentidas na rotina matinal.

Para controlar a progressão da patologia, os doentes portugueses têm agora à disposição um novo broncodilatador anticolinérgico de nova geração, desenvolvido pela multinacional farmacêutica Novartis. «Está indicado para o tratamento de manutenção da DPOC, aumentando e mantendo por 24 horas a capacidade respiratória do doente, com uma única inalação diária», garante a empresa em comunicado, divulgado publicamente a 24 de janeiro de 2014.

«É mais uma recente inovação terapêutica no tratamento da DPOC, uma doença pulmonar de evolução progressiva, potencialmente fatal, associada ao tabagismo, que provoca a obstrução do fluxo de ar nos pulmões, resultando em crises debilitantes de falta de ar com um impacto significativo na vida dos doentes. Esta nova terapêutica da Novartis, um broncodilatador anticolinérgico de nova geração, está indicada para o tratamento de manutenção da DPOC, com uma única inalação diária», pode ler-se no documento.

A nova terapêutica aumenta e mantém por 24 horas a capacidade respiratória do doente. «No tratamento da DPOC, a adesão do doente à terapêutica é fundamental para controlar os sintomas e progressão da doença e, para isso, contribuem um conjunto de fatores nomeadamente os dispositivos de inalação», explica José Agostinho Marques, diretor do Serviço de Pneumologia do Hospital de São João, no Porto.

«No caso desta recente terapêutica, de rápido início de ação, o doente consegue controlar a inalação graças ao mecanismo que lhe permite ouvir um som, sentir um sabor característico e controlar visualmente a administração do medicamento devido à transparência das cápsulas», acrescenta o especialista. Embora muitas vezes considerada uma doença da população idosa, estima-se que 50% dos doentes tenham idade inferior a 65 anos, encontrando-se no auge da sua capacidade contributiva e de responsabilidade familiar.

Doença leva a aposentação prematura

A DPOC está associada a reduções na força do trabalho e no absentismo laboral, uma vez que entre 20% a 40% dos doentes tendem a aposentarem-se prematuramente devido à doença, conduzindo ao aumento dos custos de utilização dos cuidados de saúde, reduzindo o contributo para os impostos e pensões e aumento dos custos com subsídios por invalidez.

«Na União Europeia, os custos de saúde diretos da DPOC foram calculados em 38 mil milhões de euros», avança a Novartis, citando dados internacionais.

Um valor que representa «mais de metade do custo global de todas as doenças respiratórias e 6% do orçamento total da saúde», assegura a empresa. Além destes, também os custos indiretos são muito elevados. «A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a DPOC resulte numa perda anual de produtividade 27 mil e 700 anos a nível mundial», avança ainda o documento. Na Europa, estima-se que 4% a 10% dos adultos venham a ser afetados.

Taxa de mortalidade da doença pode aumentar em mais de 30%

De acordo com a OMS, o total de mortes por DPOC deverá aumentar em mais de 30% nos próximos 10 anos, a menos que sejam tomadas medidas urgentes para reduzir os fatores de risco. O tabagismo é a principal causa de DPOC, com as mulheres e os homens fumadores a terem, respetivamente, 13 e 12 vezes mais probabilidades vir a morrer de DPOC do que os não fumadores.

Esta patologia pode ser diagnosticada por um simples exame designado por espirometria, que mede a quantidade do ar que uma pessoa consegue inspirar e expirar, e com que velocidade é expelida. A maioria das pessoas não é diagnosticada com DPOC antes de a doença se encontrar numa fase avançada.

O subdiagnóstico é frequente devido ao facto de os doentes não serem sujeitos ao exame para detetar a doença. «Uma vez que os sintomas da DPOC podem ser atribuídos pelos doentes ao seu hábito de fumar ou até ao envelhecimento, é frequente não pedirem ajuda e permanecem sem diagnóstico até que se dê um agravamento do seu estado», alerta a empresa.