Nos últimos 15 anos a investigação no universo da nanomedicina - o estudo, desenvolvimento e fabrico de estruturas microscópicas para o diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças e problemas genéticos - não tem parado de progredir e Portugal inclui-se já no rol de países empenhados em investir nesta área.

Em 2009 foi inaugurado em Braga o Laboratório Ibérico de Nanotecnologia, o primeiro laboratório internacional de pesquisa da Europa que se dedica à investigação na área da nanociência e da nanotecnologia.

No seu site, este laboratório revela que entre as nanoestruturas médicas em que irá trabalhar incluem-se nano aparelhos para a administração localizada de fármacos, nanopartículas para a destruição selectiva de células (no caso do cancro, por exemplo) e novas tecnologias biomédicas de imagiologia (ressonância magnética miniaturizada), entre outros avanços.

«Com dimensões minúsculas, as nanopartículas têm uma capacidade impressionante de penetrar a membrana celular, podendo causar alterações significativas no comportamento das células», descrevia Mário Barbosa, director do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica, já em 2008, no site Ciência Hoje.

Nanotecnologia e nanomedicina

Eric Drexler foi, de acordo com a BBC News, o pai da nanotecnologia, termo que popularizou nos anos 80. Desde então, esta ciência multidisciplinar tem tido inúmeras aplicações, nomeadamente na área da medicina, dando origem à nanomedicina.

Segundo o documento «As metas da nanotecnologia: aplicações e implicações», assinado por Elvira Fortunato, cientista portuguesa da Universidade Nova de Lisboa, «a nanotecnologia refere-se a tecnologias em que a matéria é manipulada à escala atómica e molecular para criar novos materiais e processos com características funcionais diferentes dos materiais comuns».

No caso da nanomedicina, o que está em causa são, segundo dados da Comissão Europeia, por exemplo, «biossensores, biomateriais e novas gerações de biopastilhas electrónicas para o tratamento de casos de ameaça à vida, incluindo o cancro e doenças do coração. Estes aparelhos de bioengenharia, sob a forma de implantes corporais, fornecerão fármacos inteligentes ou produzirão novas células para reparar tecidos danificados».

Texto: Fabiana Bravo