A Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) publicou o documento de consenso que reúne opiniões de 40 especialistas da área da ginecologia e os quais representam 24 hospitais de Norte a Sul do país, e contém várias recomendações com o objectivo de construir um guia de boas práticas e auxiliar na clínica diária.
O consenso serve como uma ferramenta de apoio que orienta o especialista no diagnóstico e tratamento de miomas uterinos, em função das características das doentes, através do qual se pretende alertar para este problema na área da ginecologia.
Os miomas uterinos podem ter poucos centímetros de diâmetro, mas podem também ultrapassar os 15 cm de diâmetro. O principal sintoma dos miomas uterinos são as hemorragias uterinas anormais e nalguns casos podem causar infertilidade e complicações obstétricas.
“A maioria dos casos de miomas uterinos são assintomáticos, contudo existem casos em que provocam manifestações que podem variar significativamente consoante a sua localização e tamanho e podem ser responsáveis por alguns problemas que afectam a saúde e a qualidade de vida da mulher. É essencial que os rastreios ginecológicos se tornem um hábito, pois desta forma é possível fazer a detecção da maioria dos miomas uterinos, que podem reduzir significativamente a qualidade de vida de uma mulher activa”, confirma Fernanda Águas, presidente da SPG. 
“A opção por uma terapêutica médica num contexto de miomas deverá ser individualizada e ter em conta a gravidade dos sintomas associados, o tamanho e localização, a idade da doente, a proximidade da menopausa e o desejo de fertilidade futura”, continua a especialista.
O principal objectivo do tratamento médico é o de controlar os sintomas como as hemorragias uterinas anormais, dor e peso pélvico. Segundo o consenso, a terapêutica médica para além de ser eficaz no controlo dos sintomas pode ser também eficaz na redução ou mesmo desaparecimento dos miomas e pode provocar uma redução do seu tamanho que pode chegar a cerca de 50%. 
O consenso refere o uso de progestativos por via oral diminui a prevalência de sintomas de 25 a 50% se tomados na segunda fase do ciclo ou 21 dias por mês. Os progestativos não são tratamento para erradicação dos miomas, mas podem ser usados para tratamento das hemorragias uterinas anómalas por períodos de curta-média duração. Na presença de miomas uterinos é possível associar ao efeito contraceptivo da pílula com o benefício da melhoria da qualidade de vida da mulher através do alívio dos sintomas.
Os miomas uterinos são os tumores pélvicos mais frequentes nas mulheres, associando-se a uma significativa morbilidade e constituindo a principal causa de remoção cirúrgica do útero. Este problema afecta 30% a 60% da população feminina em geral e 20 a 40% das mulheres em idade reprodutiva.
O aparecimento do mioma está relacionado com as hormonas segregadas pela mulher, sendo que alguns factores como a idade, história familiar, etnia, hábitos alimentares inadequados ou obesidade, podem aumentar o risco de uma mulher desenvolver miomas. 
O documento do consenso pode ser encontrado no site da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e pode ser consultado através do seguinte link: http://www.spginecologia.pt/notcias-da-spg/consenso-sobre-miomas-uterinos.html
SAPO Saúde