Estes pequenos quistos benignos surgem essencialmente nas zonas da pele expostas à luz solar. Têm um diâmetro aproximado de 1 a 2 mm, podendo atingir os 5mm. As suas cores variam entre o branco, âmbar, cor de pele ou amarelo claro.

Tem maior prevalência nas peles claras, distribuindo-se de igual modo em ambos os sexos. Normalmente assintomática pode, em alguns casos, originar prurido. As zonas mais comuns de aparecimento são: queixo, área periorbital, nariz, orelhas, pescoço. A sua causa e origem ainda são obscuras, pois esta lesão benigna é considerada apenas como uma questão inestética.

Quando retirada, por um médico, a maior parte das vezes (depende de cada caso e pessoa) não deixa cicatriz nem volta a surgir, o que desperta muito pouco interesse aos investigadores. Uma das hipóteses aceites, é que estes pequenos quistos epidérmicos resultam da acumulação de resíduos das glândulas sebáceas.

Causas possíveis

Na grande maioria dos miliuns não se consegue relacionar o seu aparecimento com nenhum acontecimento em particular, mas existem várias situações em que tal interação é possível verificar-se:

. As doenças bolhosas subepidermais, especialmente a epiderme bolhosa e a porfíria cutânea tardia, podem dar origem a miliuns, que normalmente surgem nas cicatrizes resultantes das lesões.

. Após surtos de febre em que existe uma excreção abundante de transpiração, provocando uma inflamação aguda das glândulas sebáceas, verifica- se o surgimento destes pequenos quistos a que se denomina Erupção Sudorífera Miliar ou Febre Miliar.

. Vários casos foram encontrados em trabalhadores das refinarias nos trópicos. Pensa-se numa relação entre algum dos componentes do petróleo e a luz solar. Nestes casos também se verifica uma abundante sudação.

. O uso prolongado de hidroquinona também tem sido relacionado com o aparecimento de miliuns.

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Milium Coloide

Quando numa determinada zona surgem múltiplos miliuns dá-se o nome de Milium Coloide. É uma situação rara (que requer atenção médica) e pode dividir-se em três categorias:
. Forma Nodular
. Forma Juvenil
. Forma Súbita no Adulto

Forma Nodular
Os quistos podem atingir 5 a 10 mm de diâmetro; também foram descritas placas. É uma situação degenerativa provocada possivelmente por excesso de exposição solar. Vê-se ao microscópio que:
. Existem todas as alterações da forma adulta mas muito mais evidentes e acentuadas. Uma fina faixa de derme separa a formação nodular da membrana basal da epiderme. A matéria amorfa eosinófila que constitui estas formações, apresenta vasos entrelaçados e fibroblastos na derme superior.

Forma Juvenil
É hereditária e surge antes da puberdade. Ao microscópio pode-se observar: as fibras ela não apresentam alterações, as anomalias hereditárias existentes são a nível dos queratinócitos basais ou dos fibroblastos.

As primeiras exposições solares desencadeiam a degeneração; inicia-se então a produção, pelos queratinócitos ou fibroblastos alterados, de material coloide que é depositado na derme papilar.

Forma Súbita no Adulto
É uma condição degenerativa relacionada com a exposição solar. Surge nas pessoas mais idosas. Está descrito o caso dum taxista, em que os miliuns surgiram apenas numa hemiface, braço e mão, do mesmo lado. Donde se conclui o efeito desencadeador da luz solar.

Ao microscópio: não tem edema, vacúolos ou alterações da epiderme basal. As glândulas sebáceas e o folículo piloso estão bem preservados. A degenerescência actínica das fibras elásticas induzem-nas a produzir um material gelatinoso não amiloide que se acumula na derme papilar.

Esta substância contém material coloide, amorfo, homogéneo e eosinófilo. A elastose solar da derme é avançada; as fibras elásticas encontram-se espessadas.

Texto:

Texto: Ana Luísa Gonçalves, esteticista
Modelos: Palmira Amaral
Ilustração: "A Biblia da Beleza", editora Fubu