Contracetivos orais, ansiolíticos ou venotrópicos fazem parte da lista de fármacos mais utilizados pelo sexo feminino.

Se está a tomar algum destes medicamentos ou se se prepara para o fazer, descubra neste artigo quais os seus benefícios, os efeitos secundários que podem ocorrer e os cuidados que deve ter. Basta seguir as orientações de Cristina Azevedo, farmacêutica, para dar mais qualidade à sua saúde.

Contracetivos orais

 «Nos medicamentos anticoncecionais encontram-se progestagénios que podem ser usados isoladamente ou associados a um estrogénio para prevenir a gravidez», explica cristina azevedo, farmacêutica. «Os indutores enzimáticos, como os antiepiléticos, reduzem a eficácia anticoncecional. Tenha cuidado com produtos que contenham hipericão «pois podem aumentar o metabolismo dos estrogénios, reduzindo a eficácia dos contracetivos orais», alerta a farmacêutica.

Se tem mais de 35 anos e fuma deixe de o fazer pois corre maior risco de ter problemas cardiovasculares. Se não abdicar do vício, use outro método contracetivo. Cefaleias, irritabilidade, fadiga, náuseas, vómitos, cólicas abdominais, retenção hídrica e tensão mamária são alguns dos efeitos secundários. Não tome contracetivos orais em caso de gravidez, amamentação, cancro dependente de estrogénios, tromboflebite ou desordens tromboembólicas, afeções hepáticas e hemorragias vaginais de causa desconhecida.

Antidepressivos

«São eficazes no controlo dos sintomas das perturbações depressivas do humor. interferem na recaptação de um ou mais neurotransmissores, sendo a noradrenalina e a serotonina os mais importantes». alguns estão também indicados para o tratamento da ansiedade ou de alterações do comportamento alimentar, como bulimia nervosa.

As interações com outros medicamentos dependem do princípio ativo, «embora, em alguns casos, o efeito dos anticoagulantes seja potenciado e haja antagonismo do efeito dos antiepiléticos», diz a especialista. Náuseas, vómitos, indigestão, dor abdominal, diarreia, obstipação, anorexia e perda de peso são alguns dos potenciais efeitos secundários.

Quanto a cuidados a ter, saiba que a descontinuação de inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) deve ser feita gradualmente, sob supervisão do médico. «Devem ser usados com precaução em casos de epilepsia, doença cardíaca, diabetes, suscetibilidade para glaucoma de ângulo fechado, gravidez e aleitamento», refere a especialista.

Ansiolíticos

Estão indicados para o tratamento de síndromes de ansiedade
(sintomas ansiosos, ataques de pânico) e/ou indução ou manutenção do
sono. «As benzodiazepinas (alprazolam, diazepam) constituem os
princípios ativos mais prevalentes em termos de toma, sendo eficazes
como ansiolíticos e hipnóticos».

Sonolência, descoordenação motora, alteração da memória a curto
prazo, confusão, depressão, vertigens, obstipação, vómitos, diarreia,
alterações do apetite e visuais e irregularidades cardiovasculares são
alguns dos potenciais efeitos secundários dos ansiolíticos.

Tenha cuidado pois todas as benzodiazepinas podem induzir
tolerância e dependência física e psíquica, pelo que estão contraindicadas ou devem ser usadas com precaução por «idosos e
crianças, em doentes com insuficiência respiratória grave ou na apneia
do sono». Quanto às interações com outros medicamentos, saiba que os ansiolíticos ptenciam o efeito de depressores do sistema nervoso
central e do álcool. «Há também interações conhecidas com antifúngicos
(usados para micoses), anti-histamínicos (usados para alergias) e
macrólidos (grupo de antibióticos), entre outros».

Venotrópicos

Usados para aliviar os sintomas de pernas pesadas, cansadas,
inchadas e dor, contêm na sua maioria substâncias flavonoides ou outras
quimicamente relacionadas (diosmina e oxerrutinas) que permitem tratar a
insuficiência venosa, vulgarmente designada varizes. «A escina, o
principal princípio ativo das sementes da castanha-da-índia, também tem
revelado algum interesse terapêutico», explica a especialista.

«Na maioria dos casos, desconhecem-se interações embora a escina
possa potenciar os efeitos dos medicamentos anticoagulantes», revela
Cristina azevedo. Diarreia, náuseas, dores epigástricas, pirose e dispepsia são
alguns dos potenciais efeitos secundários deste tipo de fármacos. «Devem
ser tidas precauções especiais em caso de gravidez e em situações de
hipersensibilidade aos seus constituintes», conclui a especialista.

Texto: Sónia Ramalho e Nazaré Tocha com Cristina Azevedo (farmacêutica)