No desporto de alto rendimento, individual ou em grupo, a permanente busca por melhores resultados e a necessidade de auto superação constantes geram nervosismo, ansiedade e fadiga.

Competir implica estar sujeito a uma grande pressão física e psicológica, que impede, muitas vezes, os atletas de alcançarem os seus objetivos. O distanciamento por parte de Freud e a crescente utilização da hipnose em espectáulos provocou um afastamento científico e descredibilização desta ferramenta terapêutica.

O seu lugar e reputação só foram repostos na década de 1960, nos Estados Unidos da América, pelo psiquiatra Milton H. Erickson, através da programação neurolinguística (PNL). Em Portugal, a hipnose clínica, embora ainda envolta em grande desconhecimento, começa a ser utilizada nas mais diversas áreas, nomeadamente na área do desporto. Neste contexto, a hipnose clínica apresenta-se como uma ferramenta que permite superar a ansiedade e o medo de falhar.

«Através da sugestão e visualização, o atleta é levado a ancorar estados de superação, resistência, velocidade, calma e tranquilidade. Permite ter um maior domínio das frustrações, ter mais confiança e converter pensamento negativos em sentimentos que permitem aceitar novos desafios e, por isso, explorar todo o seu potencial», explica Cristina Infante Borges, hipnóloga clínica.

«Nos momentos chaves, uma mente calma pensa com mais clareza, fica mais ágil e ávida para desenvolver e gerar uma descarga neurofisiológica necessária à performance desejada», refere ainda. «Todos os atletas de alta competição recorrem a técnicas de relaxamento, concentração, visualização de objectivos, entre outras. Meditação, yoga, programação neurolinguística e outras técnicas, socialmente aceites, não são mais do que técnicas básicas de hipnose», acrescenta a especialista.

«Partindo do pressuposto que existe um forte impulso, inconsciente e involuntário, para que o nosso corpo reaja de forma coerente com as nossas crenças, a técnica da hipnose clínica é capaz de gerar alterações fisiológicas que permitem que o atleta, através da mente, consiga aumentar a quantidade de oxigénio e glóbulos vermelhos no sangue. A hipnose clínica pode ainda ser integrada numa equipa multidisciplinar, como auxílio, na recuperação de lesões físicas», realça Cristina Infante Borges.

Segundo a hipnóloga clínica, qualquer atleta, de qualquer modalidade pode recorrer às técnicas de hipnose clínica para aumentar a sua performance. Dependendo das suas necessidades, pode realizar sessões regulares ou intercaladas. Encontra mais informações sobre este tema no site www.hipnoglobal.pt.