Há cerca de 50 anos que a ciência afirma que os radicais livres são responsáveis pelo envelhecimento, mas uma investigação portuguesa veio agora contrariar esta teoria.

Liderada por Paula Ludovico, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde, Universidade do Minho, a investigação demonstrou que o «aumento da longevidade não está associado a uma menor produção de radicais livres, mas sim a uma maior produção», detalhou a investigadora.

Produzidos pelas células humanas durante o seu metabolismo normal, os radicais livres, ou espécies reactivas de oxigénio, tornam-se prejudiciais quando presentes em grandes quantidades e estão associados ao envelhecimento.

A partir de células de levedura, as mais utilizadas enquanto modelo de envelhecimento porque são as mais simples, a investigação verificou que «existiam condições que aumentavam a longevidade das células e que estavam associadas a uma maior produção de espécies reactivas de oxigénio, nomeadamente o peróxido de oxigénio» (H2O2), explicou Paula Ludovico. Segundo a investigação, afinal o mau da fita é o anião super óxido, outro radical livre também associado ao envelhecimento.

Já o «peróxido de oxigénio é benéfico para o aumento da longevidade porque é importante para activar algumas vias de sinalização intracelular», explicou a investigadora com 50 anos.