Com ou sem gravidezes, consta que idealmente todas as mulheres a partir dos 30 anos deveriam exercitar os seus músculos pélvicos. Estes constituem uma espécie de rede que circunda a vagina e cuja tarefa é a de suster o aparelho reprodutor, a bexiga, os intestinos e o reto.

Apenas 20 minutos por dia são o suficiente para fortalecer e tonificar estes músculos, ajudando não só a prevenir diagnósticos de incontinência urinária e prolapsos, como a preparar a musculatura para o parto e a melhorar a qualidade dos nossos orgasmos e da nossa vida sexual.

Para localizar estes músculos nada como na sua próxima ida à casa de banho, apertar a vagina por forma a interromper o fluxo urinário. De seguida, tente identificar os que circundam a região anal.

Depois, os exercícios são simples e resumem-se a uma série de contraçcões voluntárias destes músculos, com tempos distintos de retenção.
Com a prática, conseguirá contrair estas áreas separadamente e ainda em “elevador”: os músculos inferiores e os superiores, à vez.

Arnold Kegel terá inventado estes exercícios na década de ’50, com o objetivo de reverter os diagnósticos de incontiência das sua pacientes.

O que ele não sabia é que esta ginástica vaginal já era há muito praticada a oriente como técnica sexual que chegaria até nós também através de outras disciplinas (como o tantra, o pompoarismo ou o yoga).

Mas a boa notícia é que esta ginástica pode ser praticada autonomamente e a qualquer hora do dia.

O truque é associar a sua prática a um qualquer gatilho quotidiano: quando estamos numa fila de espera; quando apanhamos um sinal vermelho; quando recebemos uma chamada no telemóvel, enquanto lavamos os dentes…

Se for das preguiçosas para fazer até este tipo de exercício, ou precisar de um incentivo para começar, opte por fazê-lo com a ajuda de umas bolas vaginais.

A sua existência foi reportada por cá, pela primeira vez, no século XVI por Ralph Fitch, um pioneiro britânico, após uma sua expedição pela Birmânia.

Vai encontrá-las sob nomes diferentes: ben-wa, chinesas, tailandesas, do prazer, da lua, etc.

Escolha-as cuidadosamente, num material hipoalergénico, de fácil manutenção e limpeza. 

Se faz parte do grupo de principiantes, nada com optar pelas bolas duplas que vêm presas por um fio para facilitar a sua retirada da vagina. Também as há com pesos distintos, o que permite aumentar ou diminuir o grau de dificuldade dos exercícios de contracção, o que costuma ser uma boa opção.

Três meses de prática é apenas o que precisa para sentir diferenças. A sua utilização vai trazer-lhe imensos benefícios (seja na área da prevenção seja no campo sexual) e permitir-lhe trabalhar a sua relação com a sua vagina.

Qualquer que seja o motivo, este será sempre um bom investimento.

Patricia Lemos

Patrícia Lemos
Hipnoterapeuta e Educadora Menstrual
www.patricia-lemos.com