A doença renal crónica é uma doença silenciosa e, por isso, muitas vezes detetada tardiamente, pelo que aprender a identificar os sinais de alerta é fundamental para evitar a sua progressão, alerta a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN). «O diagnóstico precoce é essencial, pois frequentemente é possível controlar as causas da doença e impedir que se agrave», refere Fernando Nolasco, presidente da SPN.

«Contudo, alguns sintomas só são perceptíveis nas fases mais avançadas da doença renal e a possibilidade de recuperação torna-se diminuta», acrescenta ainda o especialista. Um dos principais sinais de doença renal consiste na alteração na cor da urina, que se pode tornar mais turva e escura. A hipertensão e a diabetes são responsáveis por mais de metade dos casos de insuficiência renal.

Por isso, as pessoas que sofrem destas patologias estão em maior risco. Outro dos sintomas comuns trata-se do inchaço à volta dos olhos, assim como das pernas. A dor lombar, frequente e que não aumenta com o movimento, é um sinal de alerta para a existência de um distúrbio ao nível renal. Falta de força, fadiga, anemia (palidez anormal), náuseas e vómitos matinais e até falta de ar podem ser outros sinais de que os rins não estão a funcionar corretamente.

As pessoas com historial de familiares com doença renal também estão em risco. A única forma de detetar a doença renal crónica em fases precoces é através da análise ao sangue, que avalia os valores da ureia e creatinina. As análises à urina permitem detetar substâncias anómalas e caracterizar o eventual tipo de lesão renal.

Por último, a ecografia renal avalia o tamanho dos rins. Se forem mais pequenos que o normal, a doença é provavelmente crónica. Em Portugal, estima-se que 800.000 pessoas sofram de doença renal crónica. Todos os anos surgem mais de 2.000 novos casos de doentes em falência renal.