A DMI, Degenerescência Macular da Idade é, segundo a Organização Mundial de Saúde, a principal causa de cegueira a partir dos 50 anos de idade, nos países desenvolvidos.

Em Portugal, estima-se que 300 mil pessoas sofram de DMI e 45 mil correm sério risco de cegar. «Todos os anos cerca de 4.500 pessoas são atingidas pela doença na sua forma mais grave e sofrem perda grave de visão num ou nos dois olhos», alerta Rufino Silva, médico oftalmologista. 

A prevenção e o diagnóstico atempados são a única forma de travar a progressão da doença para um estado de cegueira parcial altamente incapacitante.

O que é a DMI?
É uma doença degenerativa da mácula, uma pequena área na retina responsável pela visão central (aquela que permite ver claramente pequenos pormenores) que conduz a um estado de cegueira parcial, caracterizado pela incapacidade de ler, conduzir, ver televisão, reconhecer caras, entre outras dificuldades...
Um doente com DMI preserva apenas a visão lateral ou periférica do olho. Daí não se falar em cegueira total mas sim em cegueira de leitura, que lhe permite caminhar e movimentar-se. Uma vez destruída, a mácula é irrecuperável, pelo que, à semelhança das outras doenças maculares, a DMI não tem cura.
Como se manifesta?

Apesar da sua gravidade, numa fase inicial, a DMI poderá passar despercebida ao doente, uma vez que, na generalidade dos casos, começa por afectar apenas um dos olhos e o olho saudável compensa a falha de visão. Só quando a DMI atinge o segundo olho (é uma doença bilateral) é que a perda de visão é sentida.

Nessa altura, porém, já não é possível recuperar a visão perdida, só travar a sua deterioração daí em diante.

De acordo com Rufino Silva, «o segundo olho a ser atingido pode cegar, em metade dos casos, nos cinco anos seguintes ao aparecimento da doença no primeiro olho».

O diagnóstico precoce assume, por isso, um papel determinante no combate à DMI, pelo que ao primeiro sinal denunciador é importante consultar um oftalmologista.
Qual a sua causa?
A DMI é uma doença degenerativa complexa. Existem dois tipos de DMI (exsudativa ou húmida e atrófica ou seca) e cada um deles tem diferentes causas bem como distintas formas de evolução. A idade (mais de 50 anos), a história familiar e o tabaco são, porém, factores de risco bem definidos para qualquer dos casos de DMI.

Para além disso, acredita-se que a exposição frequente e prolongada ao sol e a prática de uma dieta alimentar pobre em antioxidantes possam estar entre os fatores de risco que predispõem o seu desenvolvimento.

Texto: Fernanda Soares
Revisão científica: Dr. Rufino Silva (oftalmologista dos Hospitais da Universidade de Coimbra)