A maioria das doenças crónicas não transmissíveis (obesidade, cancro, diabetes, hipertensão arterial) está diretamente ligada a maus hábitos alimentares. A saúde oral não escapa.

Uma dieta completa, equilibrada e variada é fundamental para um bom estado de saúde.

As doenças dentárias têm um impacto considerável na auto-estima dos indivíduos, na capacidade de mastigação e na saúde geral por afectar o estado nutricional.

As cáries e as doenças periodontais, conhecidas como doenças das gengivas, são reflexo de uma dieta desequilibrada. Mesmo antes da erupção dos dentes, a alimentação influencia a sua constituição e o surgimento de cáries. Entre os benefícios do aleitamento materno exclusivo está a saúde oral do bebé. Muitas crianças ingerem prematuramente alimentos ricos em açúcar, o que aliado ao hábito de estar várias horas com o biberão, prejudica o desenvolvimento de uma dentição saudável.

A cárie resulta da desmineralização dos tecidos duros do dente, o esmalte e a dentina, provocada por ácidos produzidos por bactérias na placa dental e pelos açúcares dos alimentos. Quando comemos produtos ricos em açúcar, a acidez da placa dental aumenta, havendo desmineralização através da perda de cálcio da superfície do dente, estando este mais sujeito a cáries dentárias. A escovagem e a utilização de fita dentária após a ingestão de alimentos são o maior aliado no combate às cáries, e se este hábito se encontra instituído após as refeições principais, os pequenos lanches ao longo do dia são os principais inimigos.

Se pretende alcançar uma boa saúde oral, o ideal é ter uma alimentação saudável à base de alimentos frescos, como os hortofrutícolas, ricos em vitaminas e minerais (vitaminas C e D, cálcio, fósforo) e produtos pouco processados, com baixo teor de açúcar, dando preferência à água como bebida de eleição.

Texto de Rui da Silva (Nutricionista)

Saiba mais na Revista Saúda