Os números revelados pelo estudo VALSIM, Estudo Epidemiológico de prevalência da Síndrome Metabólica na População Portuguesa, são preocupantes.

De acordo com essa investigação, apesar de todos os esforços e alertas para orientações terapêuticas da hipertensão e de outros fatores de risco desta doença cardiovascular, o seu controlo permanece insuficiente em Portugal.

Dos doentes observados, com idades compreendidas entre os 18 e os 75 anos, o risco global é mais elevado naqueles observados a nível hospitalar comparativamente com os doentes observados nos cuidados primários. A análise feita, que incide sobre sobre o acompanhamento dos doentes hipertensos em unidades de saúde primárias e unidades de saúde hospitalar, conclui que os doentes observados a nível hospitalar são cada vez mais novos e, mais preocupante ainda, apresentam valores de pressão arterial mais elevados.

Outra característica destes doentes é a prevalência de outras complicações associadas à hipertensão, nomeadamente diabetes e eventos cardiovasculares. Quando comparados com doentes observados ao nível dos cuidados de saúde primários, estes encontram-se mais medicados. O grupo analisado apresenta ainda uma percentagem mais elevada de doentes medicados com três ou mais fármacos anti-hipertensores.

Mais preocupante é a conclusão de que, apesar de estarem a efetuar terapêutica anti-hipertensiva, 42,9% dos doentes acompanhados em cuidados primários e 54,3% dos que são acompanhados em cuidados hospitalares apresentam risco cardiovascular elevado ou até mesmo muito elevado. No que diz respeito à faixa etária acima dos 60 anos, a decisão de iniciar uma terapêutica anti-hipertensiva é mais notória, bem  como o aumento da prevalência de hipertensão arterial.

Segundo vários especialistas do setor, uma das formas para inverter esta tendência será a prescrição de uma terapêutica menos complexa, de forma a ser seguida com a regularidade que se requer. Essa é também a convicção dos responsáveis da Medicamenta, que já disponibilizou um fármaco para o controlo da hipertensão, candesartan cilexetil e hidroclorotiazida, agora na dosagem 32mg+25mg.

«A administração desta associação, agora em dose máxima, evita a adição de um terceiro fármaco ao regime terapêutico», afiançam os responsáveis pela empresa. «Para o doente traduz-se numa melhoria do seu estilo de vida, uma vez que a introdução de um terceiro fármaco ao tratamento poderia ser penalizador em termos de adesão e efeitos secundários», referem ainda.