Segundo o estudo Basef
Seguros da Marktest,
divulgado em 2011, entre os
motivos mais frequentes que levam os
portugueses a subscrever um seguro
de saúde destaca-se o facto de poder
funcionar como um complemento
ao sistema de saúde público.

Mas também pesa na decisão o objetivo de se
beneficiar de melhores condições de
assistência.

No entanto, e apesar de,
em 2010, 6,7 milhões de portugueses
terem seguro de saúde, escolher a
modalidade ideal não é tão fácil
como seria desejável. A oferta é vasta
e existem muitas especificidades que
não deve ignorar. Eis os principais
critérios que deve ter em conta para
fazer a escolha mais acertada, para si
e para a sua família.

Do que é que precisa?

Antes de escolher o plano que mais
lhe convém, reflita um pouco. Gasta,
regularmente, muito dinheiro em
despesas de saúde? Já tem filhos?
Está a pensar engravidar? Quando?
Pretende que o seguro de saúde
cubra situações inesperadas/de
emergência? Qual é o budget de que
dispõe para um seguro de saúde, sem
que o seu orçamento mensal fique
comprometido?

Preço do seguro de acordo com as coberturas pretendidas

O valor estipulado poderá ser pago
mensal, trimestral, semestral ou
anualmente, conforme acordado
aquando a subscrição do seguro.

Descontos

A maioria das seguradoras costuma
aplicar um desconto pela inclusão
do agregado familiar no seguro,
diminuindo o montante do prémio.
A desvantagem é que o seguro terá de
ser igual para todos, o que nem sempre
é o ideal dado que as necessidades
de cada membro serão diferentes
consoante a idade. Subscrever um
seguro de saúde na seguradora onde
já tenha outro tipo de seguro (como
um seguro automóvel, por exemplo)
também pode permitir-lhe beneficiar
de desconto.

Coberturas

A nível geral, os seguros de
saúde dispõem de opções de
cobertura, das mais simples
às mais completas (de custo
superior). Atualmente,
existem seguradoras que, além
da oferta de planos de saúde,
dão ainda a possibilidade
da compra de um cartão de
desconto, de uso ilimitado
em serviços de saúde, na rede
médica convencionada.

Período de carência

Já existem no mercado
algumas opções sem período
de carência. Mas, em geral,
após ter sido subscrito,
o período de carência é,
geralmente, de 90 dias
(cobertura de internamento), exceção só aplicada em
relação a acidentes. Até terem decorrido esses
90 dias, usualmente o seguro
não pode ser utilizado. Em
relação a seguros que incluam
a gravidez e parto, o período
de carência é normalmente
superior, podendo ir até um
ano e meio.

Idade

A maioria das seguradoras não
faz novas adesões para quem
tem mais de 55 anos e não
renova o seguro quando se
chega aos 65 anos. Informe-se
sobre as opções que existem,
no mercado das seguradoras,
para as pessoas de idade mais
avançada.

Veja na página seguinte: Atenção às exclusões

Atenção às exclusões

Cada cobertura
pode aplicar
um conjunto de
exclusões específicas. Por exemplo, um seguro
que inclua ambulatório
abrange consultas
médicas mas pode não
englobar as consultas
de fisioterapia e
psiquiatria, entre
outras.

A cobertura de
estomatologia inclui os
tratamentos dentários,
mas não os aparelhos
ortodônticos.

Para além das exclusões
específicas de cada
cobertura contratada,
existem outras
exclusões aplicáveis na
generalidade, tais como:

- Doenças preexistentes
(patologias anteriores
à subscrição do seguro
de saúde)

- Tratamentos (fertilidade,
SIDA, alcoolismo ou
toxicodependência,
entre outros)

- Cirurgias estéticas

- Acidentes de trabalho

Formas de acesso à rede médica

A forma de aceder aos serviços médicos pode acontecer de uma ou várias formas:

- Prestação na rede

Permite usufruir
dos serviços das
clínicas, hospitais
e laboratórios
que integram a
rede associada da
seguradora. Neste
caso, paga um
valor fixo ou uma
percentagem do valor
do serviço, através
de um copagamento.

- Prestação por reembolso

Se, ao contrário do
acima descrito, prefere
recorrer a serviços
fora da rede associada
à seguradora, terá
de pagar o serviço
na altura, guardar
o recibo/fatura
e apresentá-lo à
seguradora. Por sua
vez, esta procederá
depois ao reembolso
(o que pode demorar
até um mês) de uma
percentagem que
pode ascender até os
90%. Esta opção pode
ser vantajosa para
quem reside fora das
grandes cidades e tem
maior dificuldade em
aceder aos prestadores
de serviço da rede
convencionada ou
para quem pretende
continuar a consultar
o médico habitual,
mesmo este não
fazendo parte da rede.

- Acesso à rede a preços convencionados

Permitem-lhe o acesso
direto a uma rede
médica e hospitalar
convencionada com
a seguradora, a preços
mais acessíveis. O custo
do ato médico fica
sempre a seu cargo.

Texto: Teresa D'Ornellas com Vera Morais (especialista em seguros)