Se tem fortes dores na região da bexiga saiba que podem ser sintomas de uma doença rara: a cistite intersticial, também conhecida como síndrome da bexiga dolorosa. Esta inflamação na parede da bexiga provoca sintomas como maior vontade de urinar (de 8 a 10 vezes por dia), dor durante a relação sexual e no período menstrual, além de uma sensação de peso na barriga.Apesar de serem facilmente confundidas, a cistite e cistite intersticial não são a mesma coisa. A segunda é uma forma crónica da cistite, isto é, ela pode persistir por mais de seis meses. Além disso, os sintomas não são os mesmos.

Geralmente, 90% dos casos de cistite intersticial são mulheres e 10% são homens e ainda não é conhecida nenhuma causa claramente definida, no entanto há uma suspeita de que doenças autoimunes (anticorpos que atacam o epitélio da mucosa da bexiga)  e substâncias tóxicas que agridem a região e causam irritação de forma crónica, também possam contribuir para o surgimento da cistite intersticial. Além das doenças autoimunes, também os hábitos alimentares inadequados, como bebidas alcoólicas, consumir alimentos ácidos como café, e chá preto, também podem contribuir para o seu surgimento. Outra das suspeitas é o stress.

Como descobrir se possui esta doença?

Não é simples descobrir se a pessoa tem cistite intersticial. Isto porque não existe nenhum exame específico que mostre a existência da doença. Sendo assim, o médico diagnostica a cistite por exclusão, ou seja, descartando outras doenças como infeções, tumores, cálculos renais, endometriose, dores pélvicas, doenças inflamatórias intestinais, entre outras. O médico pode ainda fazer um diário miccional para perceber se a pessoa vai muitas vezes ao à casa de banho por dia. É importante consultar um urologista para perceber se é esta a causa dos seus problemas.

Quais os riscos?

Fatores psicológicos, alterações endócrinas e maior susceptibilidade a dor são alguns dos fatores de risco desta doença.

Como tratar?

Depois de diagnosticada há que adotar diversas medidas, como manter uma dieta equilibrada, diminuindo os alimentos que aumentam a dor, como o café e bebidas com cafeína, chocolate, bebidas alcóolicas e gaseificadas, alimentos ácidos e adoçantes artificiais, fazer tratamento psicológico (já que o stress está associado à doença), e tomar a medicação adequada. Durante o tratamento, podem ser usados remédios analgésicos, anti inflamatórios, anti histamínicos, anti depressivos e anestésicos. Em casos muito severos, a cirurgia para retirada da bexiga pode ser necessária.

Felizmente, a doença não evolui, mas se não for tratada adequadamente, pode prejudicar a qualidade de vida ao longo dos anos. A dica dos profissionais é, depois do diagnóstico positivo, fazer o acompanhamento multidisciplinar com psicólogo, fisioterapeuta e urologista. Os tratamentos disponíveis apenas se destinam a diminuir a severidade dos sintomas, não havendo cura definitiva da doença.

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