As queimaduras graves comprometem a integridade da pele, pondo em causa funções vitais como o controlo da temperatura corporal e a proteção contra a desidratação e infeções por agentes patogénicos. Deste modo, o tratamento de queimaduras graves é essencial para a reconstituição da pele, tanto do ponto de vista estrutural como funcional.

Recentemente, foi desenvolvido um tratamento experimental que utiliza células estaminais, extraídas da medula óssea, para a regeneração da pele após queimaduras graves. As células estaminais evidenciam propriedades que favorecem a reparação de tecidos, apresentando, desta forma, um grande potencial para este tipo de tratamentos. Esta metodologia permite acelerar a regeneração da pele, reduzir o tempo de recuperação dos pacientes e diminuir o risco de infeções a que estes estão sujeitos.

A nova técnica envolve a colheita de células estaminais e a sua posterior cultura em laboratório, gerando milhões de novas células. Estas são, então, colocadas num gel, que é seguidamente aplicado sobre a região queimada. Este tratamento foi testado num hospital venezuelano por uma equipa de investigadores, tendo apresentado resultados muito promissores.

Um dos casos de sucesso registou-se numa criança de 10 anos com queimaduras de 2º grau em 60% do corpo, demonstrando que esta nova metodologia é adequada para tratar queimaduras de grandes dimensões, em que é difícil recorrer ao método tradicional de implantação de enxertos de pele.

A investigação científica sobre as potencialidades das células estaminais torna cada vez mais real a possibilidade de tratamento de diversas doenças com este tipo de células.

Os resultados dos tratamentos experimentais com células estaminais têm evidenciado um potencial terapêutico cada vez mais alargado, o que justifica o crescente interesse pela criopreservação deste tipo de células em Portugal e no mundo.

Um artigo da investigadora Bruna Moreira, do Departamento de I&D da Crioestaminal