São muitas as mulheres que o temem. Não existe rastreio eficaz e, na maioria dos casos, geralmente, o diagnóstico só é feito quando as doentes encontram-se em fase avançada da doença. 

Um estudo de 2012 da da Liga Portuguesa Contra o Cancro demonstra que 70 por cento das mulheres portuguesas desconhecem os sintomas desta patologia.

É a sétima causa de morte por cancro na mulher e evolui a partir de um tumor maligno pouco frequente que surge a partir de células do ovário que crescem descontroladamente. Inicialmente, começam por formar uma massa anormal no ovário e posteriormente invadem os órgãos vizinhos, como o útero e a cavidade abdominal. Nas fases mais avançadas, estendem-se a outros órgãos, como o fígado. 

Vários fatores hormonais poderão influenciar o desenvolvimento deste cancro mas, muitas vezes, o único fator de risco encontrado é a idade. O pico de incidência nas mulheres verifica-se entre os 65 e os 70 anos. Em alguns casos é hereditário, ocorrendo em idades mais jovens. Este é o único grupo de mulheres para o qual se recomenda o rastreio.

Sintomas

Os sintomas mais comuns são:

- Dor e distensão abdominal
- Enjoo, indigestão ou alteração dos hábitos intestinais (obstipação)
- Cansaço e falta de apetite

Diagnóstico

De acordo com as queixas e exame ginecológico, o médico solicita ecografia pélvica e análises (marcador tumoral: CA125). Nos casos em que o nível de suspeita é elevado, a mulher é operada. Geralmente, o ovário doente é removido para análise. Se a análise confirmar o diagnóstico de cancro, a cirurgia continua com outros procedimentos. Assim, a cirurgia permite o diagnóstico, avalia a extensão e trata o cancro do ovário.

Tratamento

Habitualmente, o tratamento inclui cirurgia e quimioterapia. A cirurgia exige a remoção dos ovários, trompas de Falópio, útero e toda doença visível no abdómen. A qualidade da cirurgia pode determinar ou comprometer a cura. Por isso, é essencial que seja feita por médicos com experiência. Na fase muito inicial da doença, é possível preservar a fertilidade.

A decisão de completar o tratamento com quimioterapia depende de vários fatores, entre os quais a qualidade da cirurgia, a fase da doença e a agressividade do tumor.

Esteja, por isso, especialmente atenta se:

- Tem história familiar ou pessoal de cancro do ovário e da mama

- Tem entre 65 a 70 anos

- Sente dores abdominais que persistem no tempo

Texto: Vanda Oliveira