A bronquiolite é uma infecção respiratória viral, sendo 50 a 90 % dos casos provocados pelo VSR (Vírus Sincicial Respiratório).

É uma doença contagiosa, transmitindo-se o vírus directamente por secreções contaminadas (tosse e/ou espirro) e indirectamente pelas mãos ou utensílios contaminados.

De acordo com diversos estudos epidemiológicos, as epidemias ocorrem sobretudo entre os meses de Outubro e Março, atingindo as crianças com menos de dois anos.

Os sintomas

A bronquiolite caracteriza-se por um acesso agudo de sibilâncias (pieira), febre e/ou rinorreia (corrimento nasal) e hiperinsuflação torácica (tórax insuflado). Pode também existir tosse e dispneia (sinais objectivos de dificuldade respiratória).

Esta doença poderá ser mais ou menos grave, sendo que nos casos mais graves poderá levar mesmo ao internamento hospitalar. Nos nossos hospitais todos os anos são internadas crianças com bronquiolite e o estudo casuístico (Hospital Santo António, Hospital São João, Hospital Santa Maria, Hospital Dona Estefânea, Hospital Garcia da Orta) revela que os picos de maior prevalência ocorreram em Dezembro, Janeiro e Fevereiro e que 66% a 85% das crianças tinham idade inferior a 6 meses.

Como se trata a bronquiolite

O tratamento mais adequado desta doença deverá ser composto por um tratamento médico associado a tratamentos de fisioterapia.

O
tratamento médico é baseado na gravidade dos sintomas e
centra-se na
farmacologia.

Existem várias substâncias que podem ser administradas,
sendo que apesar de objectivos idênticos, a sua acção e reacção podem
ser diferentes.

Dentro das substâncias medicamentosas encontram-se os
broncodilatadores, os corticosteroides, os anti-virais, a antibioterapia
(para tratar infecções bacterianas secundárias), os anti-tússicos e a
oxigenoterapia. É ainda aconselhado o suplemento hídrico e a alimentação
frequente, com refeições fraccionadas.

O papel da fisioterapia

A fisioterapia é recomendada
quando há uma obstrução das vias aéreas intra e extra torácicas por
secreções. Tendo como modelos de referência os componentes ventilatório,
cardiovascular e metabólico subjacentes ao transporte de oxigénio,
juntamente com o modelo ICF (International of Functioning, Disability
and Health), o fisioterapeuta realiza um exame adequado, uma avaliação
dos dados recolhidos que lhe permitem identificar, relacionar e
hierarquizar os problemas que podem beneficiar com a sua intervenção.

A
intervenção do fisioterapeuta tem vários objectivos, nomeadamente eliminar ou
reduzir a obstrução brônquica, prevenir ou tratar a hiperinsuflação e
finalmente prevenir danos estruturais que esta doença pode provocar no
aparelho respiratório do bebé. Lembre-se que, em caso de
suspeita de bronquiolite, poderá sempre recorrer a um fisioterapeuta
que, após avaliação criteriosa, o encaminhará de acordo com a situação,
podendo desta forma evitar repercussões a longo prazo, sobre a função
respiratória do seu filho.

Saiba como prevenir esta infecção respiratória aqui

Texto: Inês Fiuza (fisioterapeuta especialista em fisioterapia respiratória)