Os meses de maior frio são também aqueles em que as pessoas adoecem mais facilmente e não são raros os casos em que recorrem à automedicação para se curar. Os medicamentos não sujeitos a receita médica podem ajudá-lo a superar as doenças respiratórias invernais ou os seus sintomas, mas é fundamental que leia sempre e respeite o rótulo. Por isso, é essencial saber em que casos este tipo de fármacos são indicados e quando é que os deve parar de tomar. As recomendações da farmacêutica Cristina Azevedo.

Antitússicos

Podem ser usados em caso de tosse seca, de tosse persistente e/ou de grande incómodo e também em caso de irritação brônquica com ataques de tosse, em particular à noite. Pare de os tomar após cinco dias ou se a tosse for acompanhada por muito muco. Deve fazer o mesmo caso o muco apresente uma cor amarelada ou esverdeada ou evidencie sinais de sangue. Também deve suspender a toma se sentir dores no peito e/ou se tiver dificuldade respiratória ou febre.

Mucolíticos

Em xarope, em gotas orais, em comprimidos efervescentes ou em  granulados, em comprimidos e em cápsulas, usam-se para tratar a expetoração, reduzindo a viscosidade do muco e alterando a sua estrutura para facilitar a sua remoção através da tosse. Pare de tomar estes fármacos, no máximo, após sete dias ou se surgir muco com sangue, dores no peito, dificuldade respiratória ou ainda febre.

Descongestionantes nasais

Em gotas, gel e nebulizadores nasais, estes medicamentos de venda livre aliviam rapidamente, durante cerca de 12 horas, espirros e corrimento nasal, graças a um efeito vasoconstritor, conseguido através da redução do calibre dos vasos sanguíneos. Pare de tomar após três a cinco dias, salvo indicação médica em contrário. Suspenda também a toma se surgir uma hemorragia ou uma congestão nasal que não melhore ao fim de quatro dias ou se sentir dificuldades respiratórias.

Aplicações oro-faríngeas

À venda em pastilhas, em spray ou no formato de solução tópica, aliviam a dor de garganta de forma temporária, podendo ser usadas em situações de faringite aguda. Pare de tomar estes medicamentos após três a sete dias, salvo indicação médica em contrário. Também o deve fazer de imediato se tiver dores de garganta fortes e prolongadas, rouquidão persistente, dificuldade respiratória, febre elevada ou saliva com sangue.

Analgésicos e antipiréticos

Atuam sobre as dores e a febre. Paracetamol, ácido acetilsalicílico e ibuprofeno são as principais substâncias ativas. O ácido acetilsalicílico não deve ser tomado por crianças ou durante mais de 10 dias por adultos. O uso prolongado de paracetamol deve ser evitado, não devendo exceder-se a dose máxima diária recomendada de 4.000 miligramas para adultos, de forma a evitar uma intoxicação. Se, ao tomar ibuprofeno, notar efeitos adversos persistentes, como vómitos ou dor de cabeça, fale com o seu médico.

Texto: Rita Miguel com Cristina Azevedo (farmacêutica)