Na medicina natural, acredita-se que a íris pode revelar desiquilíbrios silenciosos e fraquezas emocionais que mais nenhum método consegue detetar. Fomos saber mais sobre esta técnica que avalia corpo, mente e emoções. Os olhos não são apenas o espelho da alma, mas também do corpo. Esta é a convicção dos especialistas em medicina natural, que recorrem à observação da íris (parte colorida do olho em torno da pupila) para identificar desequilíbrios físicos e psíquicos.

Muitos fazem-no com o objetivo de ajudar a tratar doenças, assim como o de prevenir e manter uma vida saudável. Segundo os naturopatas, a íris revela o nosso estado metabólico, nutricional, hormonal, imunológico, nervoso, psíquico e emocional. Como? É o que lhe explicamos, de seguida.

Um método preventivo que vai para além da prevenção

O objetivo principal da microsemiótica oftálmica, nome que designa o exame que analisa a íris, também conhecido por exame iridológico, é a prevenção. Detetar desequilíbrios que estão na origem de diversas doenças, antes delas se manifestarem no organismo, através de determinadas marcas na íris. Segundo os iridologistas, através do sistema nervoso central, qualquer alteração que os órgãos sofram, será refletida na íris.

Esta técnica pode também ter um papel terapêutico, já que, segundo os iridologistas, permite identificar melhor as causas dos desequilíbrios que fornecem informações fundamentais para definir o tratamento mais adequado. «Por isso, este exame é recomendado tanto a pessoas saudáveis (uma vez que as ajudará na prevenção), como a doentes com patologias específicas», indica Inês Rodrigues, iridologista e formadora de iridologia.

«Problemas do sistema digestivo como intolerâncias alimentares, gastrites e obstipação, distúrbios do sono e do foro psíquico como a depressão, a ansiedade e doenças crónicas como a diabetes são alguns dos distúrbios e patologias mais comuns, que podem ser tratados com a ajuda desta técnica», refere Abel Sousa Dias, homeopata e iridologista.

Um diagnóstico completo

A análise da íris é vista, pela medicina natural, como a ciência que estuda a relação que existe entre as diferentes marcas observadas na íris e as alterações que ocorrem no nosso organismo, objetivando uma avaliação geral do estado de saúde. «É um método que faz uma análise integral e holística», frisa a iridologista Inês Rodrigues. «Ao identificar determinadas alterações, o iridologista consegue traçar o estado de saúde física, mas também emocional e psíquica», afirma.

«Uma abordagem que permite propor ações preventivas de correção mais eficazes e abrangentes», defende ainda. Para Inês Rodrigues, o exame iridológico, apesar de nunca ter sido reconhecido pela medicina convencional, poderia ser, na sua opinião, «um excelente método complementar, na medida em que permite identificar bem onde estão as verdadeiras causas dos desequilíbrios que provocam as doenças».

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O que diferencia um exame iridológico dos outros?

O exame iridológico assenta no princípio fundamental da medicina natural, o de que o nosso organismo tem a capacidade de autocura e que devemos promover constantemente o equilíbrio, para manter a nossa saúde física, mental e emocional. E, para os iridologistas, esta é a principal diferença deste método, relativamente aos que são usados na medicina tradicional.

A análise da íris permite ainda «identificar deficiências nutricionais e de oligoelementos que causam pré-disposição para o aparecimento de patologias, que podem ser corrigidas antes que se desenvolvam. Além disso, através da íris, é possível analisar os traumas que poderão ter tido origem no tempo gestacional. Uma avaliação bastante útil nos casos de ansiedade, ataques de pânico e medos», refere a iridologista Inês Rodrigues.

A visão da medicina tradicional

A iridologia continua a não ser reconhecida pela medicina convencional e, até à data, ainda nenhum estudo com validação científica comprovou a sua eficácia. Antes de tudo, é preciso esclarecer que «o exame iridológico não deteta doenças», alerta a iridologista, mas sim, «informações essenciais para o tratamento de patologias, assim como para a prevenção e manutenção de uma vida saudável», ressalva.

Entre elas, estão a herança genética, a predisposição para determinadas doenças, a constituição orgânica e emocional, a toxicidade e a debilidade do organismo, o funcionamento do sistema nervoso e a psique de cada pessoa. Esses desequilíbrios são verificados através da alteração das estruturas, topografia e pigmentação da íris (por exemplo, a coloração amarelada denuncia a intoxicação do organismo).

Através da observação da íris é também possível definir se é uma pessoa mais introvertida ou extrovertida, assim como qualidades básicas da personalidade, mecanismos de controlo, contribuição profissional, medos, forma de tomar decisões e de reagir ao stress. Por exemplo, o primeiro círculo que circunda a pupila do olho mostra que quanto mais afastado estiver da pupila, mais extrovertida é a pessoa.

De acordo com a iridologista, «a avaliação comportamental, através do exame iridológico é de tal forma impressionante que já é utilizado em alguns países, como no Brasil, como instrumento de ajuda no recrutamento empresarial», sublinha ainda a especialista.

Como emagrecer a partir da íris

O estudo da íris também já atua lado a lado com a nutrição. A iridologia alia-se à nutrição com um objetivo em comum, o de detetar e tratar distúrbios que podem dificultar ou até impedir o sucesso de uma dieta. Ana Bravo, nutricionista, trabalha há vários anos com o homeopata Abel Sousa Dias e garante que os resultados desta parceria têm sido «muito positivos». «A perda de peso é muito mais rápida. No primeiro mês, nota-se logo uma evolução muito grande», assegura a nutricionista.

Em média, consegue-se perder entre quatro a cinco quilos», refere ainda. «O relatório que recebo da iridologia dá-me pormenores importantíssimos para prescrever uma dieta devidamente personalizada», refere. «Através da análise da íris, é identificado o tipo de metabolismo e são detetados distúrbios como intolerâncias alimentares, compulsão alimentar, gastrite e obstipação que, muitas vezes, prejudicam uma dieta de emagrecimento», explica a especialista.

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Exame iridológico versus diagnóstico tradicional

O exame iridológico não deverá substituir o diagnóstico médico tradicional. «Não podemos sequer compará-los, uma vez que são bem diferentes», alerta a iridologista Inês Rodrigues. «O diagnóstico médico tradicional é um exame anatomopatológico, enquanto o exame iridológico é um exame integral e holístico que avalia o paciente como um todo (corpo, mente e emoções)», esclarece a especialista.

O exame iridológico funciona como um alerta e, em algumas situações, há a necessidade de um aprofundamento na sua investigação. «Por exemplo, quando o iridologista acredita que está perante uma situação oncológica ainda não diagnosticada, deverá pedir ao paciente para fazer exames médicos específicos. Mas, na grande maioria dos casos, tratam-se de desequilíbrios que podem ser revertidos, através do recurso à medicina natural», acrescenta ainda.

Como funciona uma consulta de iridologia?

Na consulta, são avaliadas ambas as íris, com o auxílio de uma lupa ou através de fotografia. Estas fotografias são tiradas com adaptadores próprios e analisadas posteriormente com um software específico. A recolha da fotografia no software permite guardar o histórico do paciente para ir comparando a sua evolução, ao longo do tempo. Geralmente, demora entre duas a três horas.

Não precisa de estar doente para recorrer à iridologia. Todas as pessoas podem e devem realizar o exame iridológico, nomeadamente pessoas saudáveis. «Nesta consulta, o primeiro objetivo é prevenir e manter uma vida saudável», sublinha a iridologista Inês Rodrigues. No site da Associação Portuguesa de Iridologia, acessível em www.api.pt, encontra a clínica mais próxima de si, com preços a partir de 50 €.

4 sinais de alarme que os olhos denunciam

Estes são alguns exemplos dos desequilíbrios que a sua íris pode revelar:

1. Coloração amarelada

Uma íris amarelada revela um organismo bastante intoxicado e falta de energia. A acumulação de toxinas gera má oxigenação e dificuldade de eliminação, causando uma baixa vitalidade.

2. Contorno branco

A presença de um círculo esbranquiçado,em torno da íris indica acumulação de sais inorgânicos e colesterol no organismo.

3. Lacuna às 18 horas

A pré-disposição diabética é determinada pela presença de uma lacuna às 18 horas (imagine que o olho é um relógio, a lacuna é visível, na zona da íris, onde se visualizariam as 18 horas).

4. Manchas acastanhadas

As pequenas manchas de coloração acastanhada indicam fraqueza tecidual em determinadas áreas do organismo, devido à acumulação de toxinas (cada zona da íris corresponde a uma área específica do corpo).

Texto: Sofia Cardoso com Inês Rodrigues (iridologista), Abel Sousa Dias (homeopata e iridologista) e Ana Bravo (nutricionista)