Despigmentação da pele é o ato de perda da pigmentação normal da pele, seja ela planejada, através de tratamentos estéticos para esfoliação uniforme da pele, seja de aparecimento espontâneo, como o quadro apresentado em doenças como o vitiligo.
A despigmentação da pele através de tratamento estético é muito utilizada para retirar manchas da pele, como manchas solares, hiperpigmentação causada por cicatrizes, terapias hormonais entre outras. Esse tratamento é baseado na esfoliação da pele de forma mecânica e/ou química.
A esfoliação mecânica ocorre através de abrasivos físicos, com ação semelhante a uma lixa, retirando camadas de queratina e células mais superficiais. Esses produtos podem ser tanto esponjas específicas quanto produtos contendo abrasivos, por exemplo, como os géis com microesferas, as esponjas esfoliantes, entre outros.
Por outro lado, a despigmentação da pele por meio de esfoliantes químicos ocorre por meio de substâncias literalmente corrosivas para a pele, que esfoliam por promover a diminuição da adesão entre as camadas de queratina e por causar morte das células logo abaixo dessa camada.

A despigmentação da pele não intencional, causada por desordens pigmentares, locais ou generalizadas são classificadas de acordo com a distribuição anómala de melanina em: acromias (ausência) ou hipocromias (diminuição):

Acromias - Manchas brancas de diversos formatos, causadas pela ausência de melanina (pigmento que dá cor à pele);
Hipocromias - Manchas com um tom mais claro do que a pele do indivíduo, causadas pela produção insuficiente de melanina. Podem ser causadas também pela ausência de vitaminas do complexo B.
Entre as condições mais conhecidas de despigmentação está o Vitiligo. O vitiligo é uma doença não-contagiosa em que ocorre a perda da pigmentação natural da pele e que se caracteriza pelo aparecimento de manchas brancas em certas áreas do corpo, principalmente os genitais, cotovelos, joelhos, face, extremidades dos membros inferiores e superiores (mãos e pés), causadas pela diminuição ou falta de melanina. Patologicamente, o vitiligo caracteriza-se pela redução no número ou função dos melanócitos, células localizadas na epiderme responsáveis pela produção do pigmento cutâneo — a melanina. A doença pode surgir em qualquer idade, sendo mais comum em duas faixas etárias: 10 a 15 anos e 20 a 40 anos. Contudo, stresse físico, emocional, e ansiedade são fatores comuns no desencadeamento ou agravamento da doença.
Essa despigmentação ocorre geralmente em forma de manchas brancas (hipocromia) de diversos tamanhos e com destruição focal ou difusa. Pode ocorrer em qualquer segmento da pele, inclusive na retina (olhos). Os pêlos localizados nas manchas de vitiligo tornam-se esbranquiçados. O local atingido fica bastante sensível ao sol, podendo ocorrer sérias queimaduras caso exposto ao sol sem protetor, conferindo um risco para o desenvolvimento de cancro de pele.

O que é?
É uma doença caracterizada pela despigmentação da pele, formando manchas acrómicas de bordas bem delimitadas e crescimento centrífugo. Também é possível que haja despigmentação do cabelo. É frequente em 1% da população e, em 30% dos casos, há ocorrência familiar. O diagnóstico em doentes com patologias oculares é significantemente maior que na população em geral. Eventualmente, o vitiligo surge após traumas ou queimaduras solares.
Como se adquire?
A causa não está esclarecida, mas há três teorias para explicar a destruição dos melanócitos: 
Teoria Imunológica:
Admite que o vitiligo é uma doença auto-imune pela formação de anticorpos antimelanócitos. É associada a doenças imunológicas, tais como diabetes, anemia perniciosa, lúpus, esclerose, síndrome de Down, tireoidite de Hashimoto, entre outras.
Teoria Cititóxica:
É possível que os metabólitos intermediários - dopaquinona e indóis - formados durante a síntese da melanina, possam destruir as células melanocíticas.

Teoria Neural:
Um mediador neuroquímico causaria destruição de melanócitos ou inibiria a produção de melanina..

O que se sente?
Não há descrição de sintomas. A maioria dos pacientes procura o médico pelo transtorno estético que a doença ocasiona, embora há quem consulte em virtude das queimaduras solares nas áreas manifestadas.
No início surgem manchas hipocrómicas, depois acrómicas de limites nítidos, geralmente com bordas hiperpigmentadas, com forma e extensão variáveis. Há tendência à distribuição simétrica. As áreas mais comumente afetadas são: punhos, dorso das mãos, dedos, axilas, pescoço, genitália, ao redor da boca, olhos, cotovelos, joelhos, virilha e antebraços. É raro acometer nas palmas das mãos e plantas dos pés.O vitiligo normalmente traz uma disfunção emocional, tornando necessário o tratamento psicológico.
Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico, em geral, não apresenta dificuldades. O exame do paciente com lâmpada de Wood pode ser de grande utilidade para detectar manchas iniciais. A biopsia (exame de pele) dificilmente é necessária para o diagnóstico diferencial.
A evolução do vitiligo é imprevisível, não havendo critério clínico ou laboratorial que oriente a prognose. A repigmentação espontânea não é rara.

Como se trata?
Para o vitiligo universal, com poucas áreas de pele normal (superior a 50% da superfície cutânea), pode ser proposta a despigmentação das áreas restantes de pele normal. Para pacientes com lesões pequenas, em número reduzido e nas fases iniciais da doença, pode ser proposto tratamento tópico. Nas crianças o resultado costuma ser favorável.
Em áreas crómicas localizadas, estando o quadro evolutivo estacionado, têm sido feito minienxertos com resultados estéticos relativamente satisfatórios. A ingestão de alimentos com carotenos ou administração de betacarotenos origina uma cor amarelada na pele, que tem alguma ação protetora e efeito cosmético.
O uso de protetor solar adequado na pele despigmentada é fundamental para proteger de queimaduras e do dano solar a longo prazo. As lesões de vitiligo queimam-se facilmente e as margens pigmentam-se, tornando maior o contraste. Além disso, a queimadura solar pode aumentar ou desencadear novas lesões.
Outro método terapêutico eficaz no vitiligo é a fotoquimioterapia, que é o emprego sistêmico ou tópico de substâncias fotossensibilizantes, seguidas da exposição à radiação ultravioleta. A modalidade mais conhecida e estudada é o método PUVA (P= psoraleno, substância química fotossensibilizante, e UVA = ultravioleta).
Como se previne?
Não existe método de prevenção para a doença ou para sua progressão, mas a utilização do protetor solar durante todo o ano é recomendável.
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