A ansiedade e a preocupação exageradas em mais de metade dos dias pelo menos durante seis meses são as características essenciais da ansiedade generalizada, uma das perturbações da ansiedade.

Se a ansiedade normal é, geralmente, sentida no plano mental e emocional, a ansiedade patológica manifesta-se também através de sintomas físicos, afetando o indivíduo ao nível da concentração, atenção e memória. A ansiedade generalizada torna-nos pouco produtivos, tendendo a paralisar-nos.

Nervosismo, inquietação, agitação e  preocupação exageradas marcam esta patologia. A pessoa sente dificuldade em controlar as preocupações sobre acontecimentos do quotidiano, que se revelam de forma excessiva e persistente.

Situações no emprego, dinheiro, saúde de familiares, problemas com os filhos, tarefas domésticas ou chegar tarde a um encontro são alguns exemplos típicos do dia-a-dia que podem motivar essa preocupação desmesurada. A pessoa, que sente dificuldade em bloquear a apreensão, geralmente fica ansiosa com mais do que uma situação.

A este mal-estar juntam-se ainda sintomas físicos:

  • Tensão muscular
  • Fadiga fácil
  • Dificuldade em realizar tarefas que envolvem concentração
  • Alterações ao nível do sono
  • Tremores
  • Dores e contracções musculares
  • Mãos frias e húmidas
  • Boca seca
  • Náuseas
  • Diarreia
  • Aumento de frequência urinária
  • Dificuldade em engolir, sensação nó na garganta

Crianças ansiosas

Calcula-se que entre três e cinco por cento dos adultos irão sofrer de ansiedade generalizada, em algum momento da vida, durante um ano, e sabe-se que é mais frequente entre as mulheres, embora se desconheça a razão.

De acordo com a American Psychiatrics Academy, apesar desta perturbação poder surgir depois dos 20 anos, mais de 50 por cento sente-se ansioso desde a infância ou adolescência.

Nesta etapa da vida, os exames, performance escolar ou até mesmo as atividades extracurriculares são as grandes preocupações. Perfecionismo, insegurança e insatisfação caracterizam estas crianças.

O stress – nomeadamente quando persistente ou associado a acontecimentos de perda ou medo de que esta aconteça –  pode favorecer esta doença.

Existem também estudos que comprovam haver uma predisposição genética para a ansiedade generalizada, assim como se sabe que pessoas inseguras em termos afetivos ou que têm medo de lidar com novas situações correm maior risco.

Síntese dos sinais de alarme

Esteja atento aos sinais que podem denunciar que sofre de ansiedade generalizada e, se for o seu caso, procure ajuda especializada:

1) Dificuldade em controlar preocupações que podem estar associadas a responsabilidades no emprego, saúde de familiares, dinheiro, problemas com os filhos ou mesmo em relação a tarefas domésticas.

2) O grau de intensidade da ansiedade e da preocupação, o número de vezes em que ocorrem e a duração não são proporcionais ao problema.

3) A ansiedade e a preocupação verificam-se durante mais de metade dos dias, durante pelo menos seis meses.

4) Sente nesses períodos nervosismo, intranquilidade e agitação interior.

5) Apresenta problemas de concentração e de atenção.

6) Tem dificuldade em executar tarefas que envolvem memória e planificação.

7) Denota irritabilidade, perturbações do sono e fadiga fácil.

8) Queixa-se de tensão, contracções ou dores musculares.

9) Apresenta mãos frias e húmidas, boca seca, sudação abundante, náuseas ou diarreia, nó na garganta, aumento da frequência urinária e tremores.

Texto: Nazaré Tocha