As plantas contêm elementos ativos que as protegem dos insectos, bem como da radiação ultravioleta, efeitos esses que são replicados de forma similar no homem, quando este as utiliza.

Este benefício já era conhecido e aproveitado no passado. Atualmente, até a Organização Mundial de Saúde reconhece o valor que as plantas podem ter no âmbito da saúde pública.

Existem diversas plantas que, pelos seus princípios ativos, ajudam a aumentar as defesas do corpo humano. Uma das plantas que mais se usa e que melhores resultados tem proporcionado é a calendula officinalis. Esta planta, presente em muitos jardins como ornamento, devido à sua bonita cor amarela, pode ser considerada um imunomodulador natural.

As suas características tornam-na benéfica para o sistema imunitário, sobretudo a nível dos leucócitos (glóbulos brancos do sangue), e de grande utilidade para preparar o corpo contra ataques de diversos vírus e bactérias. Muito utilizados também são o tomilho (em infusão, sobretudo), o própolis e a roseira-brava. O tomilho é um desinfetante das vias respiratórias e ajuda a expulsar mucosidades. A roseira-brava é rica em vitamina C.

O propólis é uma substância resinosa elaborada pelas abelhas para cobrir as paredes da colmeia e mantê-la livre de bactérias. É antibacteriano e anti-inflamatório, e ajuda a lutar contra os vírus. É muito útil em constipações e problemas de garganta como a faringite, laringite ou as anginas.

Adeus constipações e toxinas

Outra planta com propriedades interessantes é o sabugueiro. As flores de sabugueiro são diuréticas, expetorantes, antialérgicas, antirreumáticas e suavemente laxantes.

O sabugueiro é uma grande ajuda em constipações e gripes. Contribui para acalmar a tosse e aumentar a sudação, ajudando a baixar a febre. Para além disso, protege as mucosas respiratórias, aumentando a resistência do organismo contra as infeções. E é uma boa ajuda em alergias e na rinite.

As flores e os frutos são um bom depurativo, muito úteis para combater as dores reumáticas e para facilitar a eliminação de toxinas pela urina. Também é benéfico para pessoas que sofrem de gota ou doenças artríticas e é muito útil para aliviar a fadiga ocular e a irritação das pálpebras.

Contra as infeções

A unha de gato (U. tomentosa) é outra planta clássica relacionada com as nossas defesas. O que faz é reforçar o sistema imunitário para lutar contra diferentes infeções (cancro, VIH e alergias), aliviar sintomas gastrointestinais de úlceras, gastrite e hemorróidas, assim como curar feridas cutâneas.

Os fitoterapeutas consideram que esta planta tem o poder de reforçar a atividade do sistema imunitário, além de ter um potente efeito sobre a fagocitose (um processo no qual certos leucócitos engolem e destroem partículas externas), o que justifica o uso desta planta para tratar infeções bacterianas e víricas, e prevenir ou atrasar a progressão do cancro.

O poder da equinácia

A equinácia é a planta mais conhecida e usada para o sistema imunitário.

Segundo a fitoterapia (terapêutica baseada no uso medicinal de plantas), a equinácia atua sobre as defesas porque estimula a fagocitose, induz a produção de citocinas, estimula a proliferação de linfócitos (glóbulos brancos com importante função imunitária), tem uma atividade cicatrizante de feridas, é antiviral, antibacteriana e antifúngica (combate os fungos).

É indicada na prevenção e tratamento de doenças infeciosas crónicas ou recorrentes de origem viral do trato respiratório superior, como a constipação comum e a gripe, e do tracto urogenital ou vias urinárias inferiores. Utilizada externamente, ajuda no tratamento de feridas de difícil cicatrização e ulcerações crónicas.

Os vários estudos existentes não coincidem no que diz respeito ao motivo que torna a equinácia tão potente mas inúmeros médicos, especialistas em medicina alternativa, garantem que esta planta é um bom substituto ou complemento da medicina tradicional perante doenças infecciosas, já que tem influência nos clássicos anticorpos, como os monócitos ou macrófagos.

Esta é também muito utilizada porque aumenta a produção de leucócitos defensivos para lutar contra os organismos infeciosos, e de interferão, composto natural de ação antivírica. A equinácia também estimula o sistema imunitário para responder às ameaças internas, procurando e destruindo as células pré-cancerígenas mutantes, por exemplo.

Texto: Madalena Alçada Baptista