Os frutos e as raízes do aipo são utilizados como diuréticos, em inflamações geniturinárias, contra a cistite, em problemas de gota e para tratar o reumático.

Externamente, é usado em queimaduras e inflamações cutâneas e como cicatrizante. O aipo produz uma reacção alcalina no sangue, é bastante diurético, anti-espasmódico, carminativo, tónico digestivo e ajuda a eliminar o ácido úrico.

Além disso, é hipotensor, afródisiaco e ajuda a combater o mau-hálito. A sua raiz faz parte de um xarope diurético, conhecido como o xarope das cinco raízes, em associação com funcho, gilbarbeira, salsa e espargo.

Composição

Este legume contém apiol, cumarinas (responsáveis pelo aroma), flavonoides, ferro, fósforo, potássio e sódio. As raízes contêm açúcar e têm muito poucas calorias, sendo por isso um vegetal recomendado em várias dietas.

Na culinária

O aipo verde é utilizado na Holanda e Bélgica, como nós usámos a salsa, como guarnição ou misturado nos pratos antes de servir. Em França, vende-se como erva aromática para sopas e na Grécia utiliza-se em pratos de peixe e estufados.

O aipo-chinês é utilizado como condimento e como legume, os caules são cortados e usados em alimentos fritos. Em todo o sudoeste asiático, é utilizado para condimentar pratos de massa, arroz e sopas. Na Tailândia, cozinham um excelente peixe a vapor com aipo.

Os japoneses utilizam-no para confeccionarem o sukiaki. Os russos e os escandinavos usam as sementes esmagadas em sopas e saladas, sobretudo no inverno. Na Índia, é usado para aromatizar muitos pratos de caril. Combina bem com couves, frango, pepino, peixe, salada de batata e em sumos com maçã e cenoura.

Contraindicações

Não deve consumir as sementes em casos de problemas renais nem usá-lo durante a gravidez, porque pode causar contracções uterinas. Associado a cardiotónicos ou hipotensores, pode aumentar a toxicidade dos primeiros ou potenciar a ação dos segundos.

Aroma penetrante

O aipo (Apium graveolens L.) é uma umbelífera da família das apiáceas, também conhecida pelo nome de salsa-do-monte, aipo-dos-charcos, aipo-inculto, aipo-rábano e aipo-silvestre. Planta herbácea, bienal ou vivaz, pode atingir um metro de altura, tem caule ereto, cilíndrico, profundamente sulcado, oco e ramoso, folhas brilhantes, verdes escuras ou claras, dependendo da variedade.

As folhas são muito semelhantes à salsa ou ao levístico, podendo por vezes confundirem-se. Apresenta flores esbranquiçadas entre julho e setembro com cheiro intenso e muito aromático. As sementes possuem um aroma e sabor muito mais pronunciados do que a planta mãe.

O aipo é penetrante, com notas de noz moscada, citrinos e salsa deixando na boca um travo amargo e picante que perdura. Desta planta, utilizam-se folhas, caules, raízes e frutos (sementes).

Cresce um pouco por toda a Europa Ocidental e como os seus nomes indicam gosta de solos alagados, húmidos e salgados do litoral mediterrânico e atlântico e no interior junto a fontes salinas, sendo portanto um bom indicador da salinidade dos terrenos.

Virtudes romanas

O aipo-silvestre, cultivado a partir do século XVI, deu origem a diversos produtos hortícolas conhecidos pelo nome de aipo e aipo-nabo. O nome latim apium, deriva da palavra celta apon, que significa água.

O aipo é conhecido desde a Antiguidade pelos egípcios e gregos. Homero cita a planta na Odisseia e os romanos reconheciam as suas virtudes medicinais. Na China, é, ainda hoje, muito utilizado para curar males de estômago e fígado.

Na horta

O aipo dá-se bem com o alho-francês, o tomate, a couve-flor, as couves, o feijoeiro e a alface. Não é bom companheiro da batata nem do milho.

O aipo beneficia se for cultivado em círculos de forma que as raízes se entrelacem e criem um bom ninho para as minhocas e micróbios do solo. Assim como o alho-francês desenvolve-se melhor quando plantado em sulcos.