O abacateiro Persea americana ou Persea gratisssima é uma árvore de médio a grande porte da família das lauraceas, de folha persistente, folhas coriáceas, simples, de bordos lisos, verdes escuras, flores brancas, perfumadas e frutos que variam consoante a espécie.

A variedade mexicana produz frutos pequenos, adaptadas aos climas subtropicais e mediterrânicos.

Uma outra variedade, mais comum nas Caraíbas, produz frutos grandes que se adaptam bem à salinidade e aos climas tropicais e a variedade guatemalteca produz frutos grandes e com teor lípido reduzido. Existem ainda numerosos híbridos, todos eles igualmente deliciosos e nutritivos. O abacateiro é originário das Américas Central e do Sul, sendo já conhecido dos astecas que muito o utilizavam.

Existem registos de alguns colonos espanhóis que, em 1519, já mencionavam as utilizações do abacate pelos povos indígenas. Podemos encontrar, no entanto, abacateiros em muitos países africanos ocidentais, em Israel, em Espanha, em Marrocos e até no nosso país. É uma árvore bem adaptada ao clima nacional, especialmente no Algarve e nas ilhas da Madeira e dos Açores.

No Jardim Botânico de Lisboa, podemos encontrar alguns indivíduos de grande porte e que produzem pequenos frutos de casca arroxeada, que fazem as delícias da hervíboria do jardim.

Utilizações

Podem utilizar-se as folhas e a casca da árvore, o fruto e a semente. As folhas e as cascas, que são muito ricas em flavonóides e taninos, glúcidos, sais minerais e um constituinte amargo, podem ser utilizadas para tratar diarreia e flatulência e aliviar níveis elevados de ácido úrico, evitando a gota. Pode ainda induzir a menstruação, provocando o aborto. 

Também pode tratar alguns problemas hepáticos. A casca do fruto é usada como vermífugo e
anti-parasitário, especialmente em uso externo para combater piolhos. A polpa utiliza-se ainda externamente para estimular o crescimento do cabelo.

Em África, esta é considerada um excelente alimento para bebés. O abacate é muito rico em gorduras insaturadas, proteínas, vitaminas A, B3, B5, B6, C e E, sendo um alimento quase completo. Contém ainda potássio, magnésio, ferro, cobre e zinco, em proporções bem equilibradas. Para combater enxaquecas, deve colocar as folhas quentes sobre a testa.

Do fruto, extrai-se o óleo, cuja composição é semelhante do obtido das sementes que são ambos utilizados em cosmética como protetores e regeneradores da pele, evitando o envelhecimento e as inflamações cutâneas.

Consumo

Devido à textura dos seus frutos há quem lhe chame manteiga verde. A sua polpa tem um sabor mais ou menos pronunciado a avelã. O fruto consome-se maduro e, para acelerar o processo de amadurecimento, podemos guardá-lo junto a maçãs ou bananas ou envolvê-lo em papel de jornal. Pode utilizar-se ao natural ou apenas com sal, com vinagrete ou com maionese na sua cavidade, como sobremesa em mousse ou apenas com açúcar e canela em batidos, em sandes ou adicionado em saladas.

O meu favorito é o guacamole, que consiste em esmagar a polpa de abate com alho, sal, bastantes coentros e um pouco de sumo de limão, o que faz uma deliciosa pasta para barrar no pão.

No jardim

Da próxima vez que consumir um abacate, aproveite o caroço e ponha-o a germinar suspenso com uns palitos com a metade inferior mergulhada na água. Germina facilmente e poderá colocá-lo num vaso na varanda caso não tenha jardim. Não se esqueça, no entanto, que o abacateiro é uma árvore dióica. Os machos e as fêmeas são indivíduos diferentes e, para obter frutos, necessitará de duas árvores.