Quando se entra no campo das medicinas/terapias alternativas e complementares é comum surgir alguma confusão relativamente às nomenclaturas existentes, nomeadamente, entre “não convencional”, “complementares” e “alternativas”. 
De acordo com a OMS, as terapias complementares e alternativas (TCA) fazem parte das medicinas não convencionais, pois estas “abrangem todas as terapias que não são utilizadas pela medicina convencional”. De forma análoga, o Centro Nacional para a Medicina Complementar e Alternativa (CNMCA), dos Estados Unidos da América, define as TCA como um grupo de diversas práticas, produtos e sistemas médicos e de saúde, que não fazem parte da medicina convencional. 
Relativamente à distinção entre terapias “complementares” e “alternativas”, esta é simples, mas essencial. Enquanto as terapias complementares são utilizadas como coadjuvantes aos tratamentos convencionais, as terapias alternativas são promovidas para serem utilizadas em substituição desses, podendo trazer alguns riscos à saúde. 
O número de pacientes com cancro que recorre à medicina não convencional tem aumentado nos últimos anos. Na realidade, estas técnicas começam a ser, cada vez mais, integradas nos hospitais e nos programas tradicionais de tratamento de doenças oncológicas. Porém, a maioria das TCA não foram submetidas a estudos científicos rigorosos, havendo ainda falta de evidência científica que comprove a segurança e a eficácia deste tipo de práticas. 
Apesar da falta de evidência relativamente a algumas das terapias, o seu uso ocorre em todas as fases de tratamento oncológico. Uma revisão sistemática realizada em pacientes oncológicos de países Ocidentais demonstra que entre 7% e 64% dos pacientes recorre a este tipo de técnicas (Sewitch & Rajput, 2010). 
As TCA são categorizadas em cinco grandes grupos pelo CNMCA: Sistemas médicos integrais, medicina mente-corpo, práticas de base biológica, práticas de manipulação do corpo e medicina energética. As TCA são diversas podendo incluir-se o Tai-Chi, o Yoga, suplementos alimentares, a Homeopatia, a Naturopatia, o Reiki, a Acupuntura, a Osteopatia, entre outros. 

Serviços como o Yoga, a Hipnose Clínica e a terapia de Reiki são já disponibilizados, de forma gratuita, pela Europacolon Portugal, Associação de Luta Contra o Cancro do Intestino, através das parcerias estabelecidas com a União de escolas de Yoga da Foz, a Associação Portuguesa de Reiki e a Associação Portuguesa de Hipnose e Terapias Regressivas. 
Estudos científicos publicados desde 1997, sobre esta temática, indicam que o Reiki, a Hipnoterapia ou o Yoga apresentam vantagens em comum quando aplicados a pacientes com cancro. Estas terapias promovem os níveis de bem-estar físico e psicológico de pacientes oncológicos adultos e pediátricos. Dentro dos vários sintomas provocados pela doença e pelos seus tratamentos, os estudos citam melhorias na diminuição da dor, da fadiga, das náuseas (antecipatórias e induzidas pela quimioterapia), da xerostomia ou sensação de boca seca, do stresse, da ansiedade e da depressão, dos distúrbios do sono, do sofrimento emocional e ainda a promoção da aceitação da doença e do estado de relaxamento.
Existem estudos que demonstram que o efeito destas terapias pode até ser refletido na diminuição de custos através da redução do uso de medicação para a dor e através da redução do período de internamento hospitalar (Montgomery, David, Winkel, Silverstein & Bovbjerg, 2002).
Espera-se que o caminho siga, cada vez mais, o sentido de uma medicina integrativa, através da síntese do melhor atendimento convencional e complementar, sobretudo em doenças de caráter oncológico ou outras que reduzam significativamente a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares/cuidadores.
Aguarda-se, assim, mais resultados por parte da investigação científica que comprovem a segurança e a eficácia da utilização deste tipo de terapias em pacientes oncológicos e que a legislação atue no sentido de melhorar a legalização deste tipo de práticas em Portugal, para que se tenha acesso a profissionais com formação e atuação credíveis.
Por Diana Pereira, Psicóloga Europacolon Portugal