Já todos sabemos que a doença de Alzheimer provoca uma deterioração das funções cognitivas, nomeadamente, a memória, a atenção, a concentração, a linguagem, o pensamento, entre outras. Isto faz com que as alterações no comportamento, na personalidade e também na capacidade funcional da pessoal se alterem manifestando a  dificuldade em fazer qualquer tipo de atividades no dia a dia.

Ao apresentar tantos desafios é normal no que toca à comunicação que esta seja uma das partes mais afetadas. Quando procuramos comunicar com um familiar que vive com esta doença, temos a tendência a sentir-nos bastante impotentes até porque como esta vai eliminado as habilidades da comunicação verbal, o que o doente diz pode não fazer qualquer tipo de sentido para si. Mas lembre-se que não é só você que sente isso pois o doente de Alzheimer também pode apresentar dificuldade em conseguir perceber as suas palavras, o que poderá originar mal-entendidos e aumentar a frustração.

Para ajudar a aliviá-lo(a) vamos dar-lhe algumas dicas para aprender a realizar uma comunicação mais saudável com estes doentes.

Quando nos deparamos com pessoas que sofrem desta doença percebemos que existe uma enorme possibilidade no que diz respeito à substituição de palavras assim como ao facto de inventarem novas para fazer a descrição de um objeto que lhe é familiar. Podem nestes casos ficar presos, repetindo a mesma palavra ou a mesma pergunta por diversas vezes. É frequente para estas pessoas perderem a linha de raciocínio, lutarem para organizarem as palavras de forma correta, precisarem de mais tempo para perceberem aquilo que se estão a referir, assim como, podem usar linguagem ofensiva. Para permitir que isto não aconteça e para ajudar tente comunicar de forma eficaz, simples e clara, apresentado-se à pessoa em questão.

Não se esqueça de mostrar respeito pelo doente, evitando tratá-lo como se ele(a) não estivesse presente.

Mostre-se presente! Manter o contacto visual é sem dúvida muito importante para o seu familiar perceber que está a fazer um esforço para o ouvir e para o entender. Por isso evite distrações, como por exemplo ter o som da televisão demasiado alto, a comunicação por si só já é complicada por isso tenha atenção.

Seja simples, usando frases curtas. Opte por apenas perguntas simples que sejam respondidas por um simples sim ou não e faça-as de forma moderada, ou seja, uma pergunta de cada vez.

Tenha calma e tente não interromper o doente, pois é normal que demore mais tempo a processar e a responder do que uma pessoa normal. Por isso não critique, não apresse e não corrija.

Assim como não discuta! Se começar a julgar o doente o raciocínio tem mais tendência a diminuir ao longo do tempo, por isso procure poupar a raiva e a agitação que esse problema causa.

Procure ficar o mais calmo e sereno possível mantendo a sua voz suave, mesmo que se sinta extremamente frustrado.

A última dica passa por tentar abordar maneiras diferentes de o cativar, como por exemplo usar pistas visuais. Em vez de se cingir às perguntas, aponte ou leve-o ao sítio para saber se é isso que ele quer, como por exemplo leve-o à cozinha e pergunte-lhe se ele quer comer ou até mesmo à casa de banho, o que vai permitir que ele o compreenda melhor do que estar sempre a fazer-lhe perguntas.

Com a ajuda das nossas dicas esperamos que consiga comunicar de uma forma mais eficaz com o seu familiar, especialmente com o desenvolvimento da doença, e ajudá-lo a sentir-se mais seguro e protegido, através da sua compreensão, paciência e não se esqueça do mais importante que é o seu carinho.