9,8 centímetros. É este o comprimento médio do pénis do homem português quando está flácido. Em ereção, o valor médio situa-se nos 15,8 centímetros. Estes valores são o resultado de uma pesquisa, que envolveu a medição de 498 homens portugueses, desenvolvida por Nuno Monteiro Pereira, urologista e autor do livro "Pénis - Da masculinidade ao órgão masculino", publicado pela editora Lidel.

Um obra na qual poderá encontrar temas como a diferenciação sexual, o pénis normal, o pénis como símbolo, a identidade masculina e a insatisfação do homem com a sua auto-imagem corporal. Encontre, já de seguida, neste artigo estas e outras conclusões reunidas por este especialista, às quais juntámos outros factos apurados pela ciência.

1. Existem diversas classes de pénis

De acordo com a dimensão do pénis, revela a obra de Nuno Monteiro Pereira, é possível classificar este órgão sexual da seguinte forma:

- Micropénis

Tem menos de 6,2 centímetros quando está flácido e menos de 10,9 centímetros quando em erecção.

- Pénis pequeno

Tem entre 6,3 e 8 centímetros quando está flácido e entre 11 e 13 centímetros em erecção.

- Pénis normal

Tem entre 8,1 e 11,7 centímetros quando está flácido e 13,1 e 17,2 centímetros em erecção.

- Pénis grande

Tem entre 11,8 e 13,5 centímetros no estado flácido e 17,3 e 19,4 centímetros em erecção.

- Megapénis

Tem mais de 13,6 centímetros quando está flácido e mais de 19,5 centímetros quando erecto.

2. Os homens negros têm o pénis maior mas os homens baixos e os homens gordos não

De acordo com a investigação de Nuno Monteiro Pereira, o pénis flácido do homem de raça negra tem, em média, 11,9 centímetros, tendo 17,64 centímetros quando está erecto. "Confirma-se, pois, o mito de que os africanos têm o pénis maior do que os europeus", sublinha o especialista.

"O mesmo estudo também confirma o mito que os homens gordos têm um pénis mais pequeno do que os homens magros, embora isso se deva quase sempre ao facto da gordura esconder a base do pénis. Já o mito de que os homens mais baixos têm um pénis maior do que os mais altos não foi confirmado", revela Nuno Monteiro Pereira.

3. Ter um pénis muito grande não é sinal de virilidade

Cerca de 50 mil portugueses tem um megapénis mas, em muitos deles, existe uma relação directa entre o grande volume peniano e a disfunção eréctil. Segundo Nuno Monteiro Pereira, "um pénis muito grande pode não conseguir uma ereção completa", refere.

Tal pode suceder "por ser demasiado volumoso para ser totalmente preenchido pelo afluxo sanguíneo que uma pressão arterial normal possibilita", sublinha. "O problema pode ser grave e só passível de resolução através de uma cirurgia de redução peniana", acrescenta ainda o especialista.

4. O pénis é autónomo

O homem tem menos controlo sobre este órgão, comparativamente com outras partes do corpo. Isto porque o órgão genital masculino depende da ação do sistema nervoso autónomo que também regula, por exemplo, a pressão arterial e a frequência cardíaca.

De facto, comenta o urologista, "é normal existirem erecções involuntárias, nomeadamente durante o sono ou perante estímulos sexuais, por exemplo uma carícia, uma cena erótica, um cheiro especial ou, simplesmente, a visão de uma mulher despida", refere ainda.

5. O stresse pode condicionar o desempenho do pénis

Elevados níveis de stresse podem afectar o desejo sexual e, consequentemente, a ereção. Contudo, sublinha Nuno Monteiro Pereira, "isso nem sempre acontece, sendo vulgar encontrarem-se homens que vivem sob intenso e permanente stresse, por exemplo gestores e executivos de topo, que têm uma vida sexual muito activa e intensa".

Outros fatores que estão na base na disfunção erétil são a aterosclerose, a hipertensão arterial, a diabetes e o consumo excessivo de tabaco, já que afetam o fluxo sanguíneo para o pénis, como refere o especialista em "Pénis - Da masculinidade ao órgão masculino".

6. O tamanho do pénis flácido pode ser enganador

Não é possível afirmar-se peremptoriamente que um pénis flácido com um grande tamanho ficará proporcionalmente maior quanto erecto. Da mesma forma, um pénis pequeno quando flácido não o será necessariamente quando fica ereto.

Uma análise feita pelo famoso investigador do comportamento sexual Alfred Kinsey, que implicou mais de 1.000 medições, mostra que os pénis flácidos mais pequenos tendem a ganhar cerca de duas vezes mais comprimento, comparativamente com os homens que tem um pénis flácido grande que, às vezes, apenas têm um aumento discreto do seu comprimento.

7. O pénis pode partir-se

Apesar de o pénis não ser composto por um osso pode partir-se. É a chamada fractura do pénis, uma situação rara mas que, por vezes, acontece nos homens mais jovens, impulsivos e inexperientes. Como explica Nuno Monteiro Pereira, a fratura do pénis "consiste na rotura traumática da albugínea, a forte membrana que contém o tecido cavernoso peniano quando este está cheio de sangue sob pressão".

"A lesão é geralmente provocada por um falso passo do coito, que rompe a albugínea, desencadeando uma forte dor que obriga a suspender a relação sexual e que determina o rápido aparecimento de um hematoma no pénis. O tratamento pode ter de ser cirúrgico, para encerrar a rotura do corpo cavernoso peniano", acrescenta ainda.

8. Os homens circuncidados têm menos probabilidade de virem a ser afectados pelo VIH

A circuncisão consiste numa pequena intervenção cirúrgica que retira parte ou a totalidade do prepúcio, nome que se dá à pele que recobre a glande do pénis. Dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde, indicam que esta intervenção reduz em 60% o risco dos homens virem a contrair VIH. Segundo Nuno Monteiro Pereira, "isso acontece porque a cirurgia facilita a higiene peniana, dificultando a propagação da infeção".

"Mas, por outro lado, a circuncisão, ao retirar a pele prepucial, excisa a região mais inervada do pénis, diminuindo a sensibilidade do órgão numa relação sexual. Daí que muitos urologistas defendam que a circuncisão preventiva só deve ser utilizada em populações com baixo nível de higiene e elevado risco de infeção", alerta ainda.

9. O pénis não pode ser aumentado de forma permanente sem se recorrer à cirurgia

Para além das técnicas cirúrgicas que existem para aumentar o tamanho do pénis, existem algumas técnicas mecânicas, por acção de bombas de vácuo ou de dispositivos, que provocam o estiramento do órgão. "Essas técnicas conseguem sobretudo aumentar o comprimento peniano, geralmente não mais de dois a três centímetros, sendo controversas as técnicas para o engrossamento do órgão", conta o especialista.

"Só têm indicação para aumento, os micropénis e os pénis pequenos", ressalva, contudo, o autor de "Pénis - Da masculinidade ao órgão masculino". Os métodos a utilizar devem ser criteriosamente seleccionados e prescritos por médicos especialistas em andrologia ou medicina sexual", alerta ainda Nuno Monteiro Pereira.

10. O pénis e os testículos diminuem com a idade

Com a idade, o pénis tende a diminuir de tamanho. "Mas isso só acontece quando houver disfunção eréctil ou acentuada diminuição da atividade sexual", esclarece Nuno Monteiro Pereira. Segundo este especialista, "os testículos têm sempre tendência para diminuir de dimensão, o que determina que produzam cada vez menos testosterona".

"Os testículos de um homem de 30 anos podem medir três ou quatro centímetros de eixo maior, mas aos 60 anos podem já medir apenas dois ou três centímetros", afirma ainda o urologista.

Texto: Fabiana Bravo com Nuno Monteiro Pereira (urologista)