Celebridades como Gwyneth Paltrow e Victoria Beckham já se renderam ao fenómeno que é um hidrato de carbono que ajuda a reduzir a gordura. Mas, afinal, qual é o segredo deste alimento?

Mais nutritivo do que a quinoa, o alimento que revolucionou a gastronomia ocidental em 2013, o cereal eragrostis tef, conhecido por teff é, já, considerado um superalimento graças à sua composição.

Pode ser ingerido sob a forma de cereal ou transformado em farinha, integrando a composição de outros alimentos, ajuda a reduzir a gordura, melhora a vitalidade do organismo e previne o cancro do esófago. Com apenas 0,79 milímetros de dimensão, é o grão mais pequeno do mundo e, possivelmente, o mais completo do ponto de vista nutricional, defendem já nutricionistas e dietistas internacionais.

Abram alas para o teff

Além de possuir uma elevada concentração de hidratos de carbono complexos (o tipo que é lentamente assimilado pelo organismo), de proteínas, de minerais (como o cálcio) e de gordura, o teff contém todos os aminoácidos essenciais necessários a uma alimentação saudável e equilibrada. Fornece mais fibra do que qualquer outro cereal e, por não conter glúten, é indicado para celíacos. Este perfil nutricional fora de série é rematado pelo facto de o teff não ter açúcar e possuir um sabor semelhante ao da noz.

Um produto versátil

Existem três variedades deste grão. A branca, a vermelha e a castanha, sendo as sementes claras as que têm o sabor mais suave. O teff é um produto flexível, sendo usado na pastelaria, para fazer sopas, engrossar molhos, e também pode ser comido simplesmente cozido. Deve ser conservado num local fresco, seco e escuro, dentro de um recipiente fechado. A injera, o pão etíope, é feita com farinha de teff e o processo de fermentação pelo qual passa aumenta o seu conteúdo de aminoácidos e nutrientes.

A crescente procura

Cultivado na Etiópia há milhares de anos, o teff não é apenas parte integrante da herança cultural do país, representando também uma fatia significativa do crescimento da sua economia. Mas, embora a Etiópia seja a principal cultivadora de teff e o interesse pelo grão esteja a aumentar (e com ele o preço), os agricultores etíopes que o cultivam não fazem lucro. De tal forma que, atualmente, quem planta eragrostis tef já não pode consumir um alimento que sempre foi a base da sua alimentação.

Teff proibido

Em 2006, o governo etíope proibiu a exportação do teff , pelo que o grão consumido no Ocidente é oriundo de países como Israel e Grécia, que têm climas semelhantes ao da Etiópia. Uma embalagem de 1 kg de teff pode custar, aproximadamente, 22 €. Para já, pode ser adquirida online em farinha ou grão em sites como o Amazon.co.uk e na forma de bebida em Amandin.com/pt-pt.

O empurrão promocional de Gwyneth Paltrow

A atriz escreveu o livro de receitas «It’s All Good» para o seu filho, Moses Martin, que sofre da doença celíaca. Um susto na própria saúde de Gwyneth Paltrow levou à mudança na sua dieta, passando a evitar alimentos com glúten e a incorporar mais verduras, legumes e cereais, como o teff, na alimentação. Numa entrevista com a apresentadora Rachael Ray, a atriz norte-americana sugere a farinha de teff como «uma boa base para fazer queques».

Texto: Filipa Basílio da Silva