O desejo está constantemente a submeter-se à necessidade de comer… Comemos, sobretudo, por desejo. Um desejo emocional, um desejo social ou, simplesmente, um desejo. Mas que nos leva a comer. Até que chega a um ponto que estamos tão viciados que sair desse ciclo é difícil.

Senão repare:

1) Comer para nos satisfazer necessidades básicas (fictício): Se tudo fosse como deveria ser, começávamos uma alimentação reforçada às 6h00 da manhã, que daria até às 11h00. Por volta dessa hora, almoçávamos. Depois continuávamos a trabalhar (poderíamos comer algo a meio da tarde, mas pouco). Por volta das 18h00h/19h00 (quando o sol se começasse a pôr), estaríamos a jantar. E não comeríamos mais nada o resto do dia/noite.

Mas acha que conseguiria seguir este tipo de regime, típico dos nossos avós (e que por acaso nunca tinham obesidade)? Não! Porque é difícil. Porque, cada vez mais, o nosso dia a dia não nos permite isso! A própria sociedade de hoje “pune-nos” se não fizermos da comida nossa aliada mas, em contrapartida, “pune-nos” também se tivermos peso a mais… Uma dualidade de ideias, mas que me parecem cada vez mais patentes.

E, então, como é a nossa realidade?

2) Comer para satisfazer as necessidades básicas + comer por desejo (Realidade): Levantamo-nos por volta das 07h00. Não comemos logo, porque não conseguimos comer logo de manhã. Chegamos ao trabalho e vamos ao bar comer. Depois esperamos pela hora de almoço (muitas vezes perto das 14h00) e vamos comer ao restaurante ou então levamos o que tínhamos feito no jantar anterior. Mas como a barriga ainda nos está a pedir mais qualquer coisa, vamos ao café e acompanhamos o café com um bolinho. Perfeito para continuarmos a trabalhar, até que nos dá fome. Convidamos o amigo para ir lanchar e sai mais um bolinho.

Depois, ao final da tarde vamos para casa e começamos a petiscar. A fome está outra vez a bater à porta (é tramada)! Petiscamos e petiscamos… Nisto são já 20h00.

Por acaso hoje até tem um jantar com amigos, marcado para as 21h30. Atrasos e mais atrasos, só começam a jantar lá para as 22h00. Que bela pizza! Também merece, claro. Depois ainda tem de vir a sobremesa, super conhecida deste restaurante, e deliciosa. Café, mais whisky. 01h00 da manhã. Vai para casa. Quem sabe esta até é uma noite em que consegue dormir profundamente até de manhã e não tem de se levantar… Para ir comer.

Esta é a realidade! Ora, agora pense nas diferenças: entre a necessidade de comer e quando o desejo se submete a essa necessidade. E não falamos nós de quando está mais triste e ansiosa e só consegue sentir-se melhor com um gelado, um pacote de bolachas ou umas batatas fritas.

Elas conseguem mesmo reconfortá-la… Será?

Procure um Psicólogo especialista em emagrecimento para travar esta dura batalha entre corpo e mente; entre desejo e necessidade de comer.

Por Mafalda Leitão, Psicóloga nas Clínicas Em Forma