Afirma-se como o autodidacta que entrou no mundo da culinária por acaso, mas
a verdade é que este chef oriundo de Buenos Aires representa já a quarta geração
de cozinheiros da sua família.

Aposta na simplicidade dos pratos e tornou-se conhecido pela cozinha afrodisíaca. Actualmente chefia a Cozinha Divina, a sua empresade catering, e divide a sua acitividade entre Lisboa e Berlim. Lançou recentemente «Chakall - Cozinha Divina», um livro repleto de receitas
irresistíveis editado pela Oficina do Livro.

Faca

Embora tenha uma marca comercial reconhecida (global) a faca preferida de Chakall tem um nome específico: tubarão. «A faca tem muita história. Comprei-a no aeroporto em Zurique», revela.

«Cozinho com esta faca há cerca de 15 anos e gosto imenso dela porque é leve. Chama-se o tubarão porque ficou com um pequeno bico quando uma vez parti um pedaço da lâmina a abrir um côco», confessa.

Como qualquer chef, para Chakall a faca é um utensílio imprescindível para a boa execução de um prato.

Turbante

É a sua imagem de marca e um dos traços que sublinha a originalidade de Chakall. A história deste turbante remonta a África, por onde viajou durante dois anos. Aí era prático para enfrentar o deserto ou o frio, mas agora, na cozinha, é , acima de tudo, uma alternativa original ao clássico barrete de cozinheiro.

«Utilizo o turbante há dez anos. Ele serve para tudo e, na cozinha, é essencial para proteger o cabelo. As três coisas juntam-se numa só. O turbante serve para tudo, a faca é para a cozinha e o moleskin e para escrever o que penso na cozinha. É o conjunto que trago sempre comigo», esclarece .

Moleskine

«Sigo uma receita pontualmente, mas se vejo uma receita ou foto e me ocorrem ideias para além disso, tomo nota no moleskine», afirma Chakall.

Este é o seu companheiro inseparável, onde regista as suas ideias, dicas e até poesia, simbolizando a sua outra paixão: a escrita.

As primeiras frases que escreveu neste caderno foram: «Quem és? Quem pensas que és? O que pensam que és? O que queres ser? E a única para a qual não tenho resposta é a última. Sei o que sou hoje mas não sei o que quero ser amanhã.»

Texto: Manuela Vasconcelos
Fotos: Artur (com produção de Mónica Maia)