As gorduras Ómega 3 integram o grupo dos ácidos gordos essenciais polinsaturados.

Esta família é composta pelo ácido linoleico que é metabolicamente
convertido em EPA e DHA, a partir dos quais surgem as prostaglandinas
de tipo 3, fulcrais para o nosso funcionamento cerebral.


Visão,
aprendizagem, coordenação e humor são afectados pela ingestão deficitária
deste tipo de gordura. Os estudos demonstram que pessoas que não
ingerem quantidades suficientes de Ómega 3 podem correr maior risco de
vir a sofrer de depressão. Para além disso, como explica Alva Seixas Martins, nutricionista, «os ácidos
gordos Ómega 3 influenciam a coagulação sanguínea, fazem com que
o sangue fique mais fluído, razão pela qual têm um efeito positivo ao nível
das doenças cardiovasculares».

«Não diminuem os níveis de colesterol,
mas baixam os triglicéridos, um problema frequente entre as mulheres de
meia idade. Parecem também ter um efeito protector em relação às arritimias
que podem dar origem a enfartes do miocárdio», sublinha.

«São usados para
contrariar problemas cutâneos como eczemas e, mais recentemente, o
seu consumo foi associado a uma maior capacidade de aprendizagem.
Actualmente, estão a realizar-se estudos no sentido de se estabelecerem
recomendações relativamente ao consumo de Ómega 3 por mulheres grávidas», acrescenta ainda. Sabe-se também que estes ácidos gordos ajudam a diminuir os
sintomas associados à síndrome
pré-menstrual e oferecem uma acção
anti-inflamatória, contrariando quadros clínicos como a artrite.

Doses aconselhadas

Recomenda-se o consumo de 1 a 2 gramas por dia. Coma peixe três a quatro vezes por semana e, em vez de manteiga,
acompanhe pão de centeio com um punhado de nozes.

Onde se encontra

Óleo de linhaça, de onagra, sementes e peixes gordos como cavala, o arenque,
o salmão e o atum. Apesar do seu valor calórico
elevado, as nozes beneficiam
a saúde cardiovascular e
optimizam o funcionamento
do sistema nervoso. Mas, atenção, 100 gramas têm 689 calorias. O abacate não só contém
vitaminas do complexo B
como é fonte de um outro
ácido gordo (Ómega 6) que impede a formação de
coágulos e ajuda a baixar a
tensão.

Quem deve ter mais cuidado

Pessoas que sofrem de depressão apresentam baixos níveis de Ómega
3 no organismo. Se apresentar mais de cinco destes sintomas, é sinal de que precisa de reforçar o consumo
de alimentos ricos em Ómega 3:

- Pele seca
- Problemas inflamatórios
- Retenção de líquidos
- Formigueiro nos braços e pernas
- Tensão e triglicéridos elevados
- Dificuldade em perder peso
- Diminuição da capacidade de
memorização ou aprendizagem
- Falta de coordenação ou visão
deteriorada

Texto: Nazaré Tocha com Alva Seixas Martins (nutricionista)