Comemorar uma data especial não significa fazer uma alimentação desequilibrada, exagerada, desculpada porque a ocasião assim o exige. O momento deve ser de alegria, convívio e boa disposição. E até merece que possa provar as delícias caseiras que tão simpaticamente a sua família fez.

Tem direito, inclusive, às doze passas (e ao pedido dos respectivos desejos) à meia-noite. Apenas deve ter em conta as quantidades que ingere de cada alimento e a que «classe» pertence cada um deles.

O truque está em saber resistir e seleccionar, dentro das muitas hipóteses, aquilo que melhor se adequa à boa nutrição. É importante que se mentalize antes de sentir o cheiro dos doces na mesa.

Se, psicologicamente, estiver preparado para enfrentar os «convites» visuais, acreditamos que o seu traje de festa vá assentar-lhe que nem uma luva e que a sua irritação, depois dos dias passados e da balança a assegurar-lhe que não «transgrediu», não vá rebentar pelas costuras.

Sem enganos

Vamos lá saber afinal quem são os maus da fita. Comecemos pelos fritos. Rabanadas, filhós, bolinhos de abóbora. Muito bons de facto. As variedades são muitas. Em separado, são um desastre calórico, imagine provar dois exemplares de cada tipo...

Para além do azeite ou óleo com que são confeccionados, ainda abundam em farinha, ovos, açúcar e outra vez açúcar para serem polvilhados e ficarem com a apresentação ideal. Estes «inofensivos» petiscos são apenas uma amostra do recheio que cada casa tem para receber os seus convidados.

A não esquecer, o afamado bolo-rei. Faz mesmo jus ao nome. É um alimento muito calórico. O «agradecimento» vai quase na totalidade para as frutas cristalizadas que, em cada milímetro, têm doses para dar e vender de açúcar e calorias.

E já não era bom se as sobremesas ficassem por aqui. A realidade é que a variedade é tanta que parece interminável. Chantilly, chocolate, pudins, mousses, tartes e afins. Estão proibidos se ingeridos uns a seguir aos outros. Em separado, pode fazê-lo desde que com contenção.

Confecção

Começa-se o discurso a falar de doces tradicionais e pensa-se que o raspanete está dado. Nada disso. Quem não aprecia os discretos frutos secos, distribuídos pela mesa? Atenção, muita atenção. São pequenos no tamanho, mas grandes nas quantidades calóricas. 

Há ainda, extra-sobremesas, as refeições principais. Peru recheado, bacalhau, polvo, batatinhas e arrozinho. Até aqui tudo bem, não fossem as formas de confecção. As carnes devem ser preparadas sem demasiada gordura, apenas o essencial para ir ao forno.

Selecção de bebidas

As festas merecem brindes, mas cuidado, as bebidas não são menos «inofensivas» do que muitos alimentos. A saber, cada grama de álcool corresponde a três calorias.

Evite os exageros a este nível. Um copo de vinho à refeição e uma taça de champanhe são o suficiente. De resto, sumos de frutas e água são a melhor opção. O chá, especialmente o verde, também é uma boa opção.As desculpas de que «não queria ser mal-educado, não pegam. Agradeça o convite para degustar o aperitivo «proibido» e sugira outra bebida para os votos de saúde, paz e amor.

O ideal é preparar antecipadamente o «menu» escolhido para esse dia. Tudo o que estiver fora do «regulamento», deve ser evitado e resistível. Com coragem!

O bacalhau que foi, durante anos, saudavelmente cozido, pode continuar a ser servido assim. De preferência com os já conhecidos legumes. Em muitas casas, a tradição já não é o que era, por isso, inventa-se uma nova receita. Bacalhau com natas, diz-lhe alguma coisa? A nós sim. Gordura, calorias, colesterol, má disposição e… peso a mais.

Peça a receita à sua avó e prepare as refeições à antiga. Parece-nos mais saudável. Um fio de bom azeite. Peixe ou carne. Legumes e saladas originais.

Práticas a manter

Sabia que há pessoas que passam o Natal e Ano Novo sem aumentar uma grama do seu peso? Como? Mantendo a actividade física durante os dias possíveis, rejeitando a passividade de parar o carro, tocar à campainha, sentar-se à mesa e repetir o episódio até aos primeiros dias do ano.

Nos momentos de boa disposição, a gastronomia não é o fundamental. O motivo forte deve ser o convívio. E, em vez do entra e sai da mesa, por que é que não promove um passeio?

Em suma...

Para quem não resiste a uma delícia, típica das festas que têm lugar no último mês do ano, permita-se a esse gosto, mas com moderação. Escolha apenas uma das refeições para satisfazer a vontade, de preferência o almoço. Durante o dia tem a oportunidade de queimar muitas calorias. Prove uma (no máximo duas) especialidades e em doses reduzidas.

Acompanhe o peixe ou carne com legumes cozidos ou crus, dispensando muitos molhos e hidratos de carbono em grandes quantidades, confeccionados com excessiva gordura. A fruta e legumes podem ser consumidos sem restrições.

Cozinhados de forma saudável, carne e peixe, também são aconselháveis. Proibidos estão os doces, salgados, e bebidas alcoólicas em doses excessivas.

Texto: Filomena Nascimento