Há um nutriente com muito «má fama»: a gordura. Associa-se à obesidade, por ser muito calórica, e às doenças cardiovasculares, por ser uma das causas da formação de placas que entopem as artérias, provocando problemas no coração e nos vasos sanguíneos.

Não está errado mas o aparecimento destes problemas depende, mais do que de outros factores, da quantidade e da qualidade da gordura ingerida. Nem todas as gorduras são prejudiciais e não devemos abdicar da sua presença na nossa alimentação. A margarina é um exemplo disso.

As actuais versões de margarina (cremes vegetais para barrar ou cozinhar) são totalmente diferentes das de antigamente e os fabricantes conseguiram eliminar as gorduras "trans" e o colesterol (geradores de colesterol) e reduzir à mínima expressão o teor de gorduras saturadas.

Melhor com do que sem

A maioria das margarinas de hoje assumem-se como uma gordura saudável por serem elaboradas exclusivamente com óleos vegetais (de girassol, de soja ou azeite, por exemplo), sendo ricas em ácidos gordos essenciais ómega-3 e ómega-6, bem como em vitaminas A, D e E, essenciais numa dieta saudável para o sistema cardiovascular. E não só: algumas variedades contêm fitoesteróis, uma substância vegetal destinada à redução do colesterol, e outras são mais leves, têm menos gordura, podendo integrar dietas de controlo do peso.

Estas novas vantagens e propriedades vieram comprovar que é mais saudável comer uma torrada com margarina do que sem nada, porque contém nutrientes essenciais. Por isso, hoje em dia, são várias as associações de médicos, dietistas e nutricionistas que consideram a margarina um dos elementos básicos de ingestão de gordura, ecomendado numa alimentação saudável e equilibrada. É o caso da Organização Mundial de Saúde, que recomenda a substituição de gorduras saturadas animais, como a manteiga, por gorduras insaturadas vegetais, como a margarina.

Porque é saudável?

É uma importante fonte de ácidos gordos essenciais (ómegas 3 e 6) que organismo não consegue produzir mas que são fundamentais ao seu bom funcionamento e recomendadas no âmbito de uma alimentação saudável.

É rica em vitaminas A e D (decisivas para o crescimento, a regulação do metabolismo e a absorção do cálcio pelo organismo) e vitamina E (antioxidante).

Pode integrar uma dieta de controlo do peso, pois fornece menos calorias do que outras gorduras de consumo habitual, como o azeite e a manteiga, sobretudo nas versões light.

Não contém colesterol e pode até reduzi-lo se tiver na sua composição esteróis vegetais (a ingestão mínima diária de esteróis vegetais deve ser equivalente a 2g). Confira no rótulo.


Sim, precisamos de gordura...mas de qualidade!

De acordo com diversos organismos públicos, associações e estudos médicos, as seguintes recomendações sobre o consumo de gordura têm como objectivo promover uma dieta saudável e uma saúde de ferro:

- A gordura pode constituir, no máximo, 30 a 35% da ingestão energética diária;

- A gordura saturada (carne vermelha, lacticínios gordos, manteiga, óleos de palma e coco…), não deveria ultrapassar 10% da ingestão energética diária;

- As gorduras polinsaturadas essenciais (ómega-3 e ómega-6, presentes no peixe e no óleo de girassol, respectivamente) deveriam constituir entre 6 e 10% da ingestão energética diária;

- A ingestão de gorduras «trans» (presentes em alimentos industrializados, como biscoitos, bolos, salgados, fritos…), que actuam como as saturadas, deveria ser inferior a 1%;

- A restante energia proveniente das gorduras pode ser fornecida por gorduras monoinsaturadas (azeite, abacate, amendoins, nozes…).

Veja também:
8 razões para consumir margarina

Texto: Ana Catarina Alberto

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