Um estudo da University College London, no Reino Unido, publicado recentemente na revista científica Genetic Counseling, analisou as reações comportamentais e psicológicas de 18 indivíduos face aos resultados genéticos, nomeadamente ao gene FTO relacionado com a obesidade. A sensação de alívio e a libertação da culpa associada ao excesso de peso foram as reacções mais recorrentes, o que à partida é um fator positivo quando se pretende gerir o peso.

Alguns dos voluntários referiram que ao terem tomado consciência de que têm mais dificuldade em manterem-se magros sentem-se mais motivados. Já existem testes genéticos que ajudam a compreender as propensões genéticas para a obesidade. O seu resultado pode ser útil na descoberta de estratégias mais eficazes para a perda de peso.

O impacto psicológico

Contrariamente às expectativas iniciais, estas pessoas referiram que conhecer a sua genética e a sua predisposição para engordar as fez lidar melhor com esta realidade, fazendo com que o peso deixasse de ser um tabu, como tinha sido até então. Apesar de terem consciência da importância da genética, perceberam que era importante alterar o seu envolvimento na resolução do problema. Consideraram os resultados dos testes informativos e extremamente motivadores.

Em que consistem os testes genéticos?

Os testes genéticos estudam um painel de genes que se sabe estarem associados à obesidade. Avaliam a predisposição que cada pessoa tem para engordar e o porquê dessa predisposição. Em Portugal ainda são poucos os especialistas em gestão do peso que recorrem a este tipo de testes. Não são comparticipados e o seu preço ronda os 180 €.

Texto: Teresa Branco (fisiologista na gestão do peso e directora das clínicas Teresa Branco)