Muito utilizado em sopas, em saladas e em receitas de esparregado, este vegetal tem um elevado teor
vitamínico e é uma boa fonte de magnésio e de ferro.

Esta planta que pode atingir
entre 15 a 40 cm, enquanto a sua flor pode alcançar
80 cm. As folhas têm o limbo de forma
ovada, alongada ou pontiaguda. O sistema
radicular é superficial, explora um
volume reduzido de solo.

Historicamente, foram os persas os
primeiros a cultivarem esta espécie, que
depois se espalhou por toda a China.
Esta hortaliça é consumida na Europa
e no Norte de Africa há mais de mil anos,
tendo sido introduzida na Península
Ibérica pelos árabes no século XI. A expressão «Rais
al bouqoul» significa «príncipe dos
vegetais» em árabe e foi assim que ficou
conhecido o espinafre na época medieval,
no tratado de agricultura escrito
pelo agrónomo Ibn al-Awwam, feito em
Sevilha. Foram os povos da Península Ibérica os primeiros a conhecerem e a cultivarem o
espinafre na Europa.

Só há quatro séculos é que
o espinafre foi introduzido em França
e depois no resto da Europa. Mas em
1870 o químico alemão Erich Von Wolf
publicou num jornal que o espinafre
tinha 30 mg de ferro por 100 gramas, em vez
de 3,0 mg que realmente tem, dando a
este vegetal a fama de conter a maior
quantidade de ferro. Essa falsa quantidade
de ferro deu origem aos famosos bonecos
animados «Popeye, o marinheiro», que precisava de comer uma lata de
espinafres para ter muita força. De facto,
esta planta tem muitas vitaminas e ferro
que fazem com que ela tenha um poder
antianémico. Os principais produtores
são a Itália, a França, a Alemanha, a Holanda
e os Estados Unidos da América.

Condições ambientais

Ao nível do solo, a cultura do espinafre exige uma textura franca ou franco-arenosa
ou franco-argilosa, terrenos férteis, boa
drenagem, boa capacidade de retenção
de água (frescos e húmidos) e um solo rico em
matéria orgânica bem decomposta,
ricos em cal e profundos. O pH deve ser
de 6,0-7,0.

Fertilização

O espinafre precisa de boas quantidades
de composto, feito com estrumes de
ovelha, vaca e aves. Podemos adubar
com chorume de ortiga, consolda e soro
de leite. Duas ou três aplicações de fertilizante
de algas (lithothame) também
podem ser aplicados.

Técnicas de cultivo

Quanto à preparação do solo, deve ser feito uma
lavoura profunda e alguns trabalhos superficiais
para deixar o terreno bem nutrido.
No que toca à data de plantação/sementeira, existem variedades para todo o ano,
mas aconselho apenas as variedades
de outono-inverno, sendo setembro um dos melhores meses para o fazer. Assim,
poupamos nas regas e evitamos temperaturas
altas.

Veja na página seguinte: As pragas e as doenças mais comuns

Entomologia e
patologia vegetal

Quanto às pragas, deve estar atento aos pássaros, afídeos, áltica,
mosca das sementes, nóctuas,
nemátodos, lesmas e caracóis.


Ferrugem, antracnose,
fusariose, alternaria, murchidão, podridão cinzenta, míldio e vários vírus são as doenças que podem afetar a cultura do espinafre.


Acrescente-se que este é pouco tolerante á acidez
e à poluição ambiental.

Colheita e utilização

Deve colher os espinafres quando as folhas
atingem o tamanho desejado ao fim
de um período médio de 40 a 60 dias. Efetue uma colheita
escalonada das folhas para que se
prolongue a colheita. O espinafre tem um elevado teor
vitamínico (vitamina C, riboflavina, e
carotenos, percursor da vitamina A).
É uma boa fonte de ácido fólico, caliço, cobre,
iodo, magnésio e de ferro.

Este vegetal consome-se durante todo o ano sob várias formas, nomeadamente sopas, esparregados,
tartes, quiches, omeletes, lasanha,
massas, arroz, entre outros. O outono e o inverno são, no entanto, as melhores alturas para o ingerir. Esta produção agrícola tem propriedades antianémicas,
laxantes e refrescantes. Há quem cultive espinafres em vasos ou em pequenos canteiros em varandas e terraços.

Texto: Pedro Rau (engenheiro hortofrutícola)