A dieta mediterrânica, tradicionalmente consumida pelas populações do Sul da Europa, é caracterizada pela ingestão de uma grande quantidade de legumes, frutas, cereais, peixe e azeite, consumo moderado de produtos lácteos e vinho e consumo reduzido de carnes vermelhas. Este padrão dietético tem sido relacionado com baixos riscos de doenças como diabetes, cancro e doenças cardíacas e com baixo nível de mortalidade. Adotar a dieta mediterrânica tem sido largamente recomendado, no entanto, é difícil alterar estilos de vida enraizados na cultura e determinados pela disponibilidade dos alimentos.

No Norte da Europa, contudo, os padrões de consumo diferem. As dietas nórdicas contemporâneas, caracterizadas pela alta ingestão de açúcar, margarinas, lácteos gordos, carne vermelha e baixo consumo de fruta e vegetais, têm um impacto negativo na saúde. Apesar disso, há componentes nutricionais da dieta tradicional.

A equipa de investigadores dinamarqueses analisou as dietas e mortalidade de 57.053 pessoas entre os 50 e os 64 anos.

Foi utilizado um inquérito de frequência alimentar, catalogado com uma pontuação baseada no consumo de alimentos tradicionais e ingredientes considerados saudáveis, tais como peixe, couves, pão integral, aveia, maçãs, peras e vegetais de raiz.

Nos 12 anos em que durou o estudo, morreram 4126 participantes. As dietas com pontuação mais saudável estavam associadas a um número de mortes significativamente menor, tanto em homens como em mulheres.

Uma análise separada para cada ingrediente sugere que há benefícios no consumo de grãos integrais pelos homens, e também de couves (mulheres e homens) e vegetais com raiz (mulheres), ou seja, que consumiu estes alimentos viveu mais tempo.

Este estudo mostra que é possível adquirir uma dieta saudável que promova a longevidade dentro de um contexto cultural baseado em alimentos tradicionais nórdicos.

Fonte: EUFIC