O colesterol é uma substância gorda, produzida naturalmente pelo organismo e que é transportada através do sangue. Quando em excesso, pode depositar-se nas paredes das artérias originando, por vezes, consequências graves, como enfarte do miocárdio, AVC, ou mesmo a morte. No entanto, é possível reduzir os seus níveis no sangue graças a suplementos alimentares contendo levedura de arroz vermelho e que podem ser incluídos na alimentação do dia-a-dia.

A levedura de arroz vermelho, de nome científico Monascus purpureus, é um alimento extraído de um fungo que cresce no arroz, usado desde há séculos na cozinha chinesa, não só pelo seu interesse gastronómico como também pelos seus efeitos medicinais e impacto no sistema vascular.

Composição

O alimento é composto por, entre outras substâncias como os fitoesteróis e ácidos gordos, pelas monacolinas entre elas a Monacolina K.

A Monacolina K é uma molécula de origem natural, a partir da qual foram desenvolvidas as estatinas - substâncias químicas atualmente utilizadas, que visam a diminuição do colesterol. A Monacolina K inibe, pelo mesmo efeito de classe das estatinas, uma das enzimas integrantes do processo de síntese do colesterol, diminuindo assim a sua produção. Devido ao seu mecanismo de ação, que atua na origem da síntese do colesterol, a Monacolina K tem a capacidade de diminuir em 17% os valores do colesterol total e em 22% os valores das concentrações de LDL, também conhecido como o “mau colesterol”.

Vários estudos evidenciaram a importância da utilização da levedura de arroz vermelho pelas pessoas que têm dificuldade em tolerar as terapêuticas com as estatinas tradicionais, devido aos efeitos secundários que estas produzem, como o cansaço e dores musculares. A levedura de arroz vermelho não apresentou até à data efeitos adversos significativos, contribuindo para a manutenção de níveis normais de colesterol no sangue e apresentando-se como uma boa alternativa para estes casos.

Contudo, o recurso a suplementos alimentares à base da levedura do arroz vermelho, que podem ser adquiridos em farmácias e parafarmácias, não dispensa a implementação de alterações no estilo de vida tais como: modificação nos hábitos alimentares com diminuição da ingestão de gorduras, prática de exercício físico regular e abstenção tabágica, que em conjunto contribuem para a redução dos níveis de colesterol no sangue.

Alimentação

Fazer opções saudáveis quanto à sua alimentação é extremamente importante para controlar o colesterol, uma vez que a alimentação tem impacto no aumento do colesterol.

Estas escolhas consistem em evitar as gorduras saturadas, promover a utilização do azeite, preferir as carnes magras, aumentar o consumo de peixe e de leguminosas e assegurar a introdução de vegetais e frutas nas quantidades diárias recomendadas.

Atividade física

Estudos demonstraram que a prática de exercício físico regular, equivalente a cerca de 30 minutos por dia, 7 dias por semana, produzem um impacto significativo na redução do peso, do colesterol e do açúcar no sangue.

Consumo de álcool e tabaco

O consumo excessivo de álcool tem sido relacionado com o colesterol elevado, e com a doença cardiovascular (DCV). De notar que o aumento de peso resultante do consumo de álcool também contribui para o aumento do colesterol. Alguns estudos sugerem que o consumo moderado de álcool pode diminuir o risco cardiovascular, contudo, consumir demasiado álcool aumenta o nível de triglicéridos no sangue, o que juntamente com o aumento das LDL prejudica a saúde.

O consumo de tabaco não é apenas prejudicial para os pulmões, mas também para a saúde em geral. É conhecido o seu efeito no aumento da tensão arterial e no aumento do risco individual cardiovascular. A suspensão do consumo de tabaco tem um impacto positivo precoce nas alterações que provoca, nomeadamente nos níveis de HDL e de LDL do sangue.

Tenha uma atitude preventiva e evite que esta ameaça silenciosa que o colesterol representa se transforme num problema a longo prazo. Adote desde já um estilo de vida mais saudável, protegendo as suas artérias e o seu coração.

Por Teresa Laginha, Média Especialista em Medicina Geral e Familiar