Gastar menos no supermercado é possível, sem ter que deixar de comprar os alimentos essenciais. Para Helena Cid, nutricionista, há alguns truques a que pode recorrer. «Compre em pequenas quantidades, faça as compras online para evitar aquisições por impulso e olhe para as promoções e para os preços». Anabela Almeida, publicitária e autora do livro «Cozinhar sem Gastar», publicado pela editora Casa das Letras, aconselha a «não ir às compras de estômago vazio».

«E, de preferência, não levar as crianças, pois se o fizermos acabamos por comprar coisas que não estavam previstas», acrescenta ainda. A nutricionista recomenda a compra de produtos congelados, «até podem parecer mais caros, mas não são desperdiçados como acontece com os frescos». E não se esqueça dos produtos da época. «São sempre mais baratos», lembra Pedro Lobo do Vale, médico de clínica geral.

Alimentos a abdicar

Evite comprar os produtos dispensáveis, «tais como molhos, chocolates, patés, alguns queijos, vinhos, refrigerantes, comida pré-cozinhada», exemplifica Anabela Almeida. Evite ainda tomar o pequeno-almoço, o almoço e os lanches fora, mas não abdique de fazer todas as refeições.

«Se levar o lanche ou o almoço para o emprego vai comer de forma mais saudável e muito mais económica. Uma peça de fruta, um iogurte, duas ou três nozes ou sementes de girassol e de sésamo são uma boa opção para um lanche nutritivo e barato», recomenda Helena Cid.

Aproveitar as sobras

«Desde cedo, toda a comida que sobrava era aproveitada para fazer uma nova receita e desta forma poupar e inovar», refere Anabela Almeida, que sugere, por exemplo, fazer arroz de bacalhau com a posta que sobrou ou uma omeleta da carne assada da véspera. E quando vai jantar fora «porque não pedir um doggy bag no restaurante, para trazer os restos? É uma prática muito comum noutros países», diz Pedro Maia Gomes.

Os alimentos verdadeiramente essenciais

Pode poupar na alimentação, ingerindo todos os nutrientes necessários. Helena Cid, nutricionista, diz-lhe como:

- Leguminosas
Grão, feijão, ervilhas, entre outros, são alimentos ricos em fibras, vitaminas, selénio, minerais, ácido fólico, contêm hidratos de carbono e proteínas, sendo por isso uma boa alternativa à massa e ao arroz ou à carne e ao peixe. Se os comprar secos, demolhar, cozer e separar por sacos e congelar são ainda mais económicos.

- Ovos
Tal como a carne e o peixe, são ricos em proteína, logo são uma forma económica de ingerir proteínas.

- Carnes brancas
São mais baratas e mais saudáveis do que as vermelhas.

- Peixe
Procure as variedades mais baratas, que, às vezes, até são as mais saudáveis, como a cavala, a truta sardinhas e salmão.

- Azeite
Já existe uma grande variedade de azeite de boa qualidade a preços muito acessíveis.

- Água
Gasta-se muito dinheiro em refrigerantes e a água é mais saudável e económica. Se usar uma máquina de filtrar ainda fica mais barato. Pode ainda fazer sumos naturais com fruta e vegetais ou refrescos à base de chá, canela, anis ou casca de limão.

- Fruta
Compre fruta da época e compare preços. Por vezes, as mercearias de bairro têm preços mais em conta que as grandes superfícies.

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Cartões de crédito

Muitos portugueses continuam a recorrer a esta forma de pagamento para abastecer a despensa lá de casa sem ter a verdadeira noção das suas implicações. «Não utilize cartões de crédito sem conhecer os seus custos», aconselha Susana Albuquerque, coach de finanças pessoais. Apesar da utilização ter diminuído em 2011, em 2010 mais de dois milhões de portugueses utilizavam regularmente esta forma de crédito.

Texto: Rita Caetano com Anabela Almeida (publicitária), Ana Galán (escritora), Filipe Morato Gomes (jornalista, especialista em viagens), Helena Cid (nutricionista), Helena Penteado (consultora de imagem), Joaquim Madrinha (jornalista, especialista em finanças pessoais), Pedro Lobo do Vale (médico de clínica geral), Pedro Maia Lopes (economista), Pedro Queiroga Carrilho (especialista em finanças pessoais) e Susana Albuquerque (coach de finanças pessoais)