Vale a pena ler este fabuloso ponto de vista sobre os conceitos "comer" e "alimentar", usando as palavras da nutricionista norte americana Ellyn Satter, especialista em alimentação infantil.
Parecendo que não, há aqui muito material interessante para digerir e reflectir. Aplica-se a crianças mas também a quem tenha, consigo mesmo, uma relação pouco pacífica com a comida.

Comer... é mais do que decidir o que e quanto comer. Alimentar... é mais do que escolher as comidas e dá-las a uma criança. Comer e alimentar... reflecte a história das pessoas, as suas relações com os outros e com elas mesmas.

Alimentar uma criança é criar laços entre pais e filhos, é confiar ou controlar, é dar ou negligenciar, é aceitar ou rejeitar. Comer é criar ligações com os nossos corpos e com a própria vida. Comer pode ser agradável, com muita alegria e vitalidade, ou pode ser terrível, minado pelo controlo e pelas restrições.

Note bem os contrastes confiar/controlar, dar/negligenciar, aceitar/rejeitar. No que toca ás crianças é realmente importante aprender a confiar nelas (i.e., deixá-las comer a quantidade que elas entenderem, dentro das escolhas alimentares que os pais fazem, e no local e à hora que os pais ditarem; portanto, confiar que elas se auto-regularão), sendo o reverso o controlo (que, como sabe, e se ainda se lembra de quando era controlada(o), dá sempre mau resultado).

É igualmente importante aprender a aceitar as crianças nos seus variados tamanhos e feitios. Elas não têm culpa da pressão excessiva para a magreza da nossa sociedade, que inclui todas as mães com problemas de comportamento alimentar... e que, por sua vez, pode vir a afectar o seu comportamento alimentar. Daí a importância de se manter à mesa um ambiente agradável, pois comer deve ser uma experiência agradável!

Votos de muitas e boas refeições em família!