O consumo de bebidas e refrigerantes energéticos tem aumentado nos últimos anos em Portugal, principalmente por adolescentes e adultos jovens.

Salientam-se os praticantes de desportos e os estudantes em época de exames, bem como, o consumo nocturno em bares e discotecas, muitas vezes combinado com bebidas alcoólicas.

As bebidas energéticas são comercializadas para aumentar a performance física, para combater o cansaço e melhorar a concentração, a velocidade de reacção e o estado de alerta. No entanto, aumentam temporariamente a frequência cardíaca e respiratória e a tensão arterial. Estão associadas a um risco considerável de desidratação e a outras complicações que podem ser graves pelo que não são conhecidos quaisquer benefícios terapêuticos. Podem conter vários ingredientes como, por exemplo, cafeína, taurina, vitaminas, suplementos à base de plantas e açúcar ou adoçantes.

A cafeína é o seu principal ingrediente activo. Esta é tolerada por pessoas saudáveis se o seu consumo for moderado mas pode provocar nervosismo, irritabilidade, ansiedade, insónia, disrritmias, palpitações, desconforto gástrico, náuseas, vómitos, dor abdominal, alteração do estado de consciência, paralisia, alucinações, aumento da pressão intracraneana, edema cerebral, convulsões e até morte. A dose de 400mg/ dia (cerca de quatro cafés) é considerada segura. Doses de 1g/dia podem provocar sintomas agudos e o consumo de 5-10g/dia pode ser fatal.

Existem alguns grupos em risco como os portadores de doenças do coração, dos rins e do fígado, de epilepsia, de diabetes mellitus, de hipertiroidismo, de perturbações do humor, de perturbação de hiperactividade e de défice de atenção, de anorexia nervosa e de pessoas que fazem medicação crónica. Contrariamente às bebidas energéticas, existem as bebidas desportivas que contêm glicose e electrólitos e promovem a hidratação, principalmente durante e após o exercício físico intenso.

Em Portugal, a venda de bebidas energéticas é livre, estando disponíveis em muitas superfícies comerciais. Noutros países a sua venda já foi proibida. Se tem filhos adolescentes ou até mesmo pré-adolescentes, alerte-os para os perigos destas bebidas.

Texto: Filipa Flor de Lima (pediatra)

A responsabilidade desta informação é de