A alimentação saudável é um dos pilares da saúde. Praticar uma nutrição equilibrada envolve a escolha de alimentos que garantam o aporte ideal de vitaminas, de minerais, de antioxidantes, etc. Deixamos alguns exemplos de alimentos que são essenciais no nosso menu diário para obtermos uma saúde plena.

Para termos uma saúde equilibrada é necessário praticarmos uma boa alimentação, este é o ponto mais importante para nos mantermos bem fisicamente.

Através dos alimentos recebemos todas as vitaminas e nutrientes necessários (minerais, vitaminas, proteínas, açúcar, gorduras), por isso, uma boa alimentação influencia o funcionamento dos vários órgãos e sistemas do nosso corpo: sistema nervoso, glandular, ósseo, muscular, urinário, digestivo, respiratório e cardiovascular. Influencia também o nosso bem-estar mental, o nosso comportamento, o nosso humor, a nossa memória, a nossa inteligência e a nossa disposição física e sexual.

Assim, sem uma boa alimentação o organismo poderá sofrer alterações no que diz respeito ao sistema imunitário, à sua resistência, e com isso estar mais suscetível a todos os tipos de doenças. Na natureza encontramos os alimentos ideais para conseguirmos manter o equilíbrio do organismo.

Alguns alimentos podem mesmo ser considerados remédios para o corpo, visto ajudarem a prevenir e por vezes a curar alguns problemas relacionados com a saúde física e mental. Assim, devemos saber escolher os alimentos que ingerimos diariamente, variando o mais possível. Aqui ficam alguns alimentos que podem fazer muito pela sua saúde!

Cenoura e o retinol

A vitamina A, também chamada de retinol, como o próprio nome indica, atua na retina. Encontra-se em diversos alimentos de origem vegetal e animal. Com uma dose diária recomendada (DDR) de 800 μg basta comer metade de uma cenoura média por dia para ingerir a DDR. Com esta toma, prevenimos o aparecimento de problemas a nível da visão, tal como dificuldade de visão noturna e até mesmo cataratas.

Tomate, cor do sangue

O tomate ficou conhecido pelo fitonutriente mais potente que existe para prevenir e tratar do cancro da próstata, o licopeno. Este fitonutriente é considerado um antioxidante, ou seja, não permite que radicais livres oxidem no nosso organismo, prevenindo consequências graves para a saúde. No entanto, a nível cardíaco, este fitonutriente não irá permitir que o LDL (mais conhecido como mau colesterol) oxide, prevenindo a não formação de placas de ateroma que podem provocar arteriosclerose, por exemplo.

O tomate também possui vitaminas importantes e igualmente antioxidantes tais como vitamina C e um mineral que é responsável pelo controlo da manutenção dos líquidos celulares e também da pressão arterial, entre outras funções. O licopeno encontra- se em todas as formas de tomate, seja fresco, cozinhado, em polpa ou mesmo em ketchup.

Um estudo realizado em Portugal demonstrou que existe maior concentração de licopeno em concentrados de tomate como as bisnagas ou polpas. Aconselha-se portanto a aumentar a quantidade de ingestão de tomate para pessoas com doenças cardiovasculares.

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Uvas fazem bem ao coração

Já ouviu dizer: “Um copo de vinho tinto à refeição faz bem ao coração?” Os fitonutrientes presentes nas uvas chamam-se resveratrol e flavonoides, presentes em maior concentração no vinho tinto. Na realidade, está provado que o sumo de uva fermentado (vinho) diminui a pressão sanguínea e os níveis de colesterol. Estes fitonutrientes são também antioxidantes.

O resveratrol existe também numa planta, a azeda. Nesta pequena planta existe 100 vezes mais do que no vinho tinto ou nas uvas, no entanto, deve optar pelas uvas e pelo vinho tinto e escolher sempre a cor do vinho mais escuro tal como as uvas. Quanto mais escuro for a uva e o vinho maior teor de resveratrol possui.

Frutos secos para o cérebro

As nozes são frutos secos de alto valor calórico, daí a sua ingestão não ser muitas vezes aconselhada pelos nutricionistas. No entanto, devemos comer um punhado de nozes por dia para ingerirmos vitamina E, fósforo e magnésio suficientes para combater o desgaste intelectual. Existem alguns estudos que comprovam que estes frutos secos são um bom tónico cerebral.

A vitamina E é um potente antioxidante, assim como as vitaminas
A e C. Este tipo de vitaminas não permite a oxidação de radicais livres ou de substâncias com poder para provocar danos celulares. Assim, juntamente com minerais e alguns fitonutrientes, os frutos secos tornam-se um alimento a privilegiar por todos. De crianças a adultos, de estudiosos a atletas, um punhado de nozes previne e potencializa o corpo e a mente. Visto serem altamente calóricos deverão ser consumidos pela manhã.

Feijão, alimento quase perfeito!

Os feijões são considerados leguminosas secas encaixando-se no grupo de hidratos de carbono. Possuem alto valor calórico, hidratos de carbono, proteínas e lípidos. Daí se considerar que se podia sobreviver apenas a comer feijão, dia e noite. No entanto, para este alimento quase perfeito falta apenas um aminoácido, que se encontra em abundância no arroz, a metionina.

Para entendermos um pouco melhor vamos fazer um paralelismo. Imagine um comboio com várias carruagens, cada carruagem é um aminoácido e o seu conjunto forma então o comboio, que é a proteína. Estes aminoácidos na nutrição dividem-se em não essenciais (os que o nosso corpo tem capacidade de produzir) e os essenciais, aqueles que temos que ingerir, apenas presentes nos alimentos.

O feijão tem tudo, essenciais e não essenciais, mas falta-lhe a tal metionina que está presente no arroz branco. Daí o conjunto de arroz com feijão ser uma potente forma de ingestão de todos os nutrientes necessários à boa nutrição humana, no entanto, também é uma potente forma de ganhar quilinhos a mais. Aconselha-se uma colher de sopa de feijão para três colheres de sopa de arroz.

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Aipo, sódio na medida certa!

É um alimento que possui exatamente a mesma percentagem de sódio que devemos consumir diariamente, que se situa numa quantidade de 2,4g. No entanto, os alimentos que possuem mais sódio, em 100g de produto são: o sal de cozinha com 38,76g a canja com 24g e a azeitona verde que tem em média 1,56g de sódio. Por isso basta comermos naturalmente os alimentos sem adição de mais sal, para podermos ter as quantidades necessárias diárias.

É importante referir a função deste mineral no nosso organismo, que é o de equilíbrio e de manutenção dos líquidos no corpo. A falta de sal pode provocar náuseas, depressão, tonturas, dores de cabeça e fraqueza muscular, por outro lado, o seu excesso, muito mais comum, pode provocar disfunção renal, hipertensão e ganho de peso.

Abacate e beringela reduzem colesterol

Abacate
Altamente nutricional e rico em calorias. É um fruto que se privilegia pela presença de grande quantidade de lípidos, cerca de 18g por 100g de alimento. Estes lípidos são realmente importantes para a manutenção corporal, pois têm uma percentagem elevada de ácidos gordos monoinsaturados.

Este tipo de gordura tem a capacidade de reduzir o colesterol total, o colesterol LDL (mau colesterol) e os já conhecidos de todos, os triglicéridos. Após uma semana de ingestão deste fruto é possível verificar a eficácia deste alimento, no entanto, sendo altamente calórico, a sua ingestão deve ser sempre controlada.

Beringela
Ao contrário do abacate, mas com as mesmas funções a nível cardiovascular, encontra-se a beringela. Sendo de baixo valor calórico, a beringela potencializa a descida do colesterol LDL, mas também está relacionada com a prevenção de algumas infeções urinárias e alguns tipos de cancro.

Deve-se comer sempre a casca da beringela, é lá que se encontra o fitonutriente antocianina que tem estas capacidades. Para além de ter funções de tratamento e prevenção, também é um laxante natural ao qual poderemos recorrer em caso de obstipação.

Pera, boa para drenar líquidos

É um alimento rico em vitaminas, açúcar, água e potássio. Sendo um alimento suculento acreditava-se que o seu formato estava correlacionado com o útero da mulher e que prevenia edemas e dores menstruais. Hoje em dia, associa-se esse facto à presença do mineral potássio que consegue drenar líquidos em excesso no corpo.

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Espinafres, alimento com poder

Já dizia o Popeye que dava força, devido ao ferro que possui, no entanto, é um pouco mais do que isso. Todas as folhas verdes da natureza têm grandes quantidades de ferro, entre outras vitaminas, que dão a capacidade de reduzir o risco de doenças como o cancro, as doenças cardíacas, e regularizar anemias. Além disso, também possuem fitonutrientes, como a luteína, que previne o aparecimento do cancro do cólon. Aconselha-se um consumo diário de 400g de folhas verdes escuras para o efeito terapêutico ser notório.

Alimentos que parecem órgãos

De facto, existem alguns alimentos que se parecem com os nossos órgãos. Seja uma dádiva da natureza ou pura coincidência, estes alimentos podem ser benéficos para prevenir algumas doenças que normalmente se manifestam nesses mesmos órgãos. Deixamos alguns exemplos:

Cenoura
Uma fatia de cenoura parece um olho humano. A pupila, a íris e as linhas raiadas são semelhantes ao olho humano. A ciência mostra que a cenoura fortalece a circulação sanguínea e o funcionamento dos olhos pela sua vitamina A, ou retinol.

Tomate
Um tomate tem quatro câmaras e é vermelho. O coração é vermelho e tem quatro câmaras. Os estudos mostram que o tomate é de facto um bom alimento para o coração e para a circulação sanguínea. Isso deve-se essencialmente ao seu fitonutriente – licopeno, presente no tomate.

Uvas
As uvas crescem em cacho com a forma de um coração. Cada uva assemelha-se a uma célula sanguínea e as investigações mostram que as uvas são um alimento profundamente vitalizador para o coração e para o sangue. Isto deve-se ao resveratrol e aos flavonoides, fitonutrientes presentes nas uvas e no vinho.

Noz
Uma noz parece um pequeno cérebro, com hemisférios esquerdo e direito, cerebelos superiores e inferiores. Até as rugas e folhos de uma noz parecem o neocórtex. Sabe-se que as nozes ajudam a desenvolver mais de 3 dúzias de neurotransmissores para o funcionamento do cérebro. A vitamina E, o fósforo e o magnésio contribuem para que isso aconteça.

Texto: Magda Roma, nutricionista
Fotografia: © Ljupco Smokovski - Fotolia.com