Hoje em dia, muito se tem falado do
stress e dos problemas que causa.
Porém, poucos realmente conhecem os
detalhes que estão por detrás deste tão
desagradável inimigo.

O termo stress
foi usado pela primeira vez em 1936
pelo médico Hans Selye na revista científica
Nature.

Basicamente, refere-se às
consequências biológicas sofridas pelo
corpo em resposta às ameaças físicas e
emocionais, sejam elas reais ou imaginárias.
Segundo Robert Bradford, também
médico, o nível do stress oxidativo
(aquele que produz radicais livres) pode
ser classificado em quatro graus.

O primeiro,
conhecido como stress fisiológico ou normal, é determinado
quando a pessoa se confronta com um
problema momentâneo que, apesar de
poder aborrecê-la ou deixá-la ansiosa, a
partir do momento em que for resolvido,
esse factor de stress deixa de existir.
Um exemplo seria quando marcamos
uma reunião de trabalho e estamos atrasados
ou quando experimentamos turbulência
durante uma viagem aérea.

Assim que termina essa fase, tudo volta
ao normal. Para que possamos estar
preparados para este tipo de situações e
ultrapassá-las sem sobrecarregar o organismo,
é importante incluirmos na nossa
dieta alimentos com grande potencial
antioxidante, tais como as nozes, ameixas,
uvas ou laranja, e beber bastante
água.

O segundo grau de stress também
é considerado fisiológico ou normal,
no entanto, ao expor-se aos agentes
agressores, ocorre uma maior excitação
do sistema nervoso, com maior estímulo
da glândula hipófise, que agirá sobre
a supra-renal, aumentando temporariamente
a libertação de adrenalina e cortisol, representado por estados passageiros
de angústia, ansiedade, apatia, depressão
e pânico.

Tal situação também é regulada
pelo próprio organismo e pode ser
combatida com uma boa alimentação,
lazer e práticas de meditação.
Já os graus três e quatro do stress oxidativo
são observados quando os factores
agressores se perpetuam ou se tornam
crónicos, abalando drasticamente o
equilíbrio próprio de defesa do corpo.

A partir daí, o sistema nervoso é excitado
de forma persistente, havendo uma
produção inadequada de ácidos gordos
nos tecidos e grande descarga de adrenalina.
Como consequência, as células
do organismo morrem e o envelhecimento
precoce surge, trazendo consigo
as diversas doenças que lhe estão
associadas.

O estímulo prolongado da
adrenalina altera várias hormonas, afecta
a imunidade e diminui a absorção
de magnésio, potássio, cálcio e açúcar,
podendo contribuir para o desenvolvimento
de alergias, inflamações, anorexia,
obesidade, degenerações e outras
patologias crónicas.

O tratamento para
combater essa fase deve ser multidisciplinar,
iniciando-se pela ingestão de alimentos
antioxidantes e que contenham
boas quantidades de substâncias que
auxiliam na produção de serotonina,
tais como o triptofano (arroz integral,
chocolate preto, leite, nozes, peixe),
fenilalanina (abacate, amêndoas, carnes,
leite e ovos), ómega 3 (salmão, atum,
sardinha, soja), vitamina B (iogurte,
lentilha, mel) e minerais (brócolos, espinafre).
Também a suplementação à base
de aminoácidos, vitaminas e minerais é
imprescindível, assim como as práticas
de lazer, meditação e desporto.

Texto: Roni Moya (biomédico especialista em Biologia Celular e Molecular)