Em 2012 lançou o livro “A Dieta dos 31 Dias”. Uma obra que preconiza um mês para alterar hábitos alimentares, combater a obesidade, seguindo um regime alimentar diversificado. Que resposta obteve por parte dos leitores e dos seguidores desta sua dieta?

Aconteceu algo que nunca tinha imaginado que poderia a acontecer. As pessoas depois de me verem nos programas de televisão e revistas, simpatizaram comigo, compraram o livro. Muitas perderam peso e disseram a outras que realmente resultava. Palavra passou palavra e, neste momento, já se venderam perto de quarenta mil livros.

Estou muito contente, acho que estou a ajudar muita gente a perder peso com uma dieta que não exige muito sacrifício e se aprende a comer.

Resumidamente, como nos caracteriza a sua dieta?

É uma dieta semi proteica, adaptada de dietas proteicas antigas, mas alterada ao ponto de deixa- lá mais suave (ou seja, mais fácil) e mais portuguesa. A pessoa se quiser não passa fome e os pratos até podem ser muito saborosos. Claro que todas as farinhas e açúcares saem da dieta. Logo ai é preciso muita força de vontade como noutras dietas. Mas, como não se passa fome, é meio caminho andado para o sucesso.

Este novo título “As Regras de Ouro” é uma obra complementar à anterior?

É um complemento para motivar quem está desmotivado. Para quem tenha festas (casamentos, Natal e Páscoa) e tenha de interromper a dieta. Poderá aprender como voltar à dieta. Isto sem se culpabilizar. E se, por alguma razão, se aumentou de peso, a pessoa saberá rapidamente como compensar os “estragos”. O livro conta ainda com 50 receitas para ajudar a perder peso (com baixo teor de hidratos de carbono).

No fundo aquilo que nos traz são 50 regras que disciplinam, organizam e orientam a nossa dieta. Como organizou este roteiro para uma alimentação mais equilibrada?

A partir de dúvidas que os leitores iam deixando no meu perfil no Facebook. Desta forma criei um perfil naquela rede social onde ainda hoje acompanho os leitores que têm o livro.

A partir daí fui juntando as questões mais recorrentes e aquilo que considerei mais pertinente deixar escrito em livro.

Organizei em termos de regras antes de começar a dieta; dietas que são inegociáveis na perda de peso e regras, caso haja deslizes, para que a pessoa não sinta culpa. Há maneira de compensar.

Em seu entender o que concorre para que muitas pessoas desistam das dietas para perda de peso? 

nfelizmente há situações que muitas vezes são difíceis de controlar: stresse e ansiedade, por exemplo. Isso faz com que, rapidamente, se caia nos doces, bolachas, batatas de pacote, o que destrói qualquer dieta. É uma forma de compensar todas essas reações do sistema, levando a pessoa a ser dominada e não conseguir dominar o que come.

No seu novo livro fala em regras “inegociáveis” quando se pretende iniciar e manter uma dieta. Pode dar-nos um ou dois exemplos? 

Sim, por exemplo não comer farináceos a partir do final do dia. É muito difícil perder peso jantando pratadas de arroz ou incluindo pão e papas.

Ainda no mesmo tema, quais são para si os alimentos proibidos?

Aqueles que são mais viciantes: bolachas, chocolates, aperitivos. Alimentos que vamos trincando sem nos encherem muito e quando damos por isso já ingerimos uma quantidade enorme de calorias. Claro que não acredito em dietas que não tenham dia livre, por isso uma vez por semana poderá comer tudo isto.

Em sentido contrário, quais são os alimentos que devem tornar-se os nossos melhores amigos?

Alimentos que saciem - ricos em proteínas: queijos, carnes (também frias), peixe, ovo e gelatinas. São saciantes e não viciantes.

É comum dizer-se que “é mais difícil manter os quilinhos a menos conquistados após uma dieta para perda de peso do que chegar lá”. Concorda?

Concordo plenamente e é exatamente por isso que este meu segundo livro faz sentido. Se as pessoas já perderam o que queriam com o primeiro livro, agora é só aprender e “brincar” com um ou dois quilos. Peso que, rapidamente, se perde ou se aumenta. Isto desde que a pessoa saiba não passar dos dois quilos e saiba perdê-los rapidamente. Assim, vive-se feliz sem grandes restrições e, se por alguma razão, houver um fim-de-semana mais agressivo (com excessos) também se pode fazer uma semana mais agressiva (dieta).

Retemos da leitura do seu livro uma das regras. “Saber distinguir entre os bons alimentos e os alimentos para emagrecer”. Há alimentos saudáveis que são pouco amigos de uma dieta de emagrecimento?

Existem muitos alimentos que em termos de perda de peso não são muitos interessantes como, por exemplo, os frutos secos. A nível de saúde são, contudo, muito interessantes. O contrário também acontece: o adoçante é ótimo para quem quer perder peso e manter o sabor doce nos alimentos, mas nutricionalmente é um químico com muito pouco interesse.

Uma outra regra que eventualmente cause estranheza é a proibição de ingerir sumos naturais. Porquê?

Porque os sumos só retêm a parte do açúcar da fruta. O mais interessante ficou na máquina - as fibras. Estas fibras seriam responsáveis por impedir a absorção de algum açúcar da fruta, mas ficando elas na máquina o que realmente estamos a consumir é açúcar e por norma não só de uma peça mas para ai de três peças (tendo de se multiplicar as calorias por três). Uma entrada rápida de açúcar no corpo provoca aumento de insulina e isso, como consequência tardia, poderá levar ao aumento do apetite.

Termina esta nova obra com 50 receitas que provam que dieta não tem de ser cozinha sem sabor. Considera que no nosso dia-a-dia levamos pouca criatividade à mesa? É possível no quadro atual de restrições nos orçamentos das famílias manter essa criatividade e diversidade?

Acho que se continua a associar dieta a pratos sem graça (só cozidos ou grelhados), almoçar e jantar só sopa e ter fome. E eu acho que não tem de ser assim. Uma pessoa pode ser criativa e perder peso. Optar por pratos mais ou mais caros depende do orçamento de cada um. Podemos comer frango, peru e porco mas, claro, também bifes do lombo, salmão.