O Governo da Guiné-Bissau, através de um comunicado do Conselho de Ministros, deu conta da presença do vírus Zika no país, indicando terem sido detetadas três pessoas infetadas na ilha de Bubaque.

As amostras foram enviadas para testes laboratoriais em Dakar (Instituto Pasteur) e Lisboa (Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge), os quais confirmaram a infeção.

Plácido Cardoso lembrou que o Ministério da Saúde Pública guineense mantém "uma estreita colaboração" com o Instituto Ricardo Jorge desde o surgimento do vírus Ébola nalguns países de África Ocidental.

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O Instituto Nacional de Saúde português tem montado em Bissau um laboratório de que serviu para despistar indícios de vírus Ébola (que não chegou à Guiné-Bissau).

No âmbito da cooperação, há ainda ações de formação dirigidas a técnicos guineenses.

Sobre a presença do Zika na Guiné-Bissau, Plácido Cardoso adiantou que as análises ainda prosseguem em Dakar para se apurar o tipo de vírus e qual a sua origem, uma vez que as três pessoas infetadas alegam não ter tido contacto com indivíduos provenientes de Cabo Verde ou do Brasil.

Estes dois países são tidos pelas autoridades sanitárias guineenses como sendo os mais próximos da Guiné-Bissau de onde poderia partir o vírus.

Plácido Cardoso afirmou que o Ministério da Saúde Pública "vai montar armadilhas" nos portos, aeroportos e nas ilhas Bijagós, para capturar mosquitos que serão estudados para eventualmente determinar qual o perfil entomológico do vírus que chegou a Guiné-Bissau.

O Zika é transmitido pelo mosquito 'Aedes aegypti' e o impacto no ser humano pode acontecer durante a gravidez: organizações internacionais de saúde já confirmaram que a infeção pode causar microcefalia no feto.

Vários trabalhos de investigação estão a decorrer para desenvolver tratamentos e vacinas.