9 de julho de 2013 - 14h00

A presença do vírus do papiloma humano (HPV) pode chegar a
multiplicar por 130 o risco de se desenvolver um tumor da orofaringe,
indica um estudo em que participou o Instituto Catalão de Oncologia
(ICO).

Publicado na revista Journal of the National Câncer
Institute, o estudo compara a presença de anticorpos contra o HPV em
pessoas sãs e em doentes com cancro da orofaringe e conclui que o HPV
16, uma das estirpes mais agressivas, está presente em mais de 30 por
cento dos que têm aquele cancro e em menos de 1 por cento dos saudáveis,
segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

A investigação, em que
participou Xavier Castellsagué, do Programa de Investigação em
Epidemiologia do Cancro do ICO, comparou a presença no sangue de
anticorpos contra o HPV em 1.425 pessoas saudáveis e em 1.496 doentes
com cancro do trato aerodigestivo (cavidade oral, faringe, laringe,
esófago).

A infeção com o HPV é a infeção de transmissão sexual
mais frequente em todo o mundo: durante toda a sua vida, mais de 80 por
cento das mulheres sexualmente ativas terão estado expostas aquele
vírus, que tem mais de 150 genótipos, 15 dos quais com um elevado risco
de fomentar o cancro.

A infeção por um daqueles tipos do vírus de
alto risco tem uma duração média de 8-12 meses e, nos casos mais graves,
pode chegar aos dois anos.

Os cientistas consideram que um teste
do HPV pode facilitar a deteção precoce do cancro oral provocado pelo
vírus anos antes do aparecimento da doença.

Lusa