A proposta lançada pelo presidente do município, o socialista Rui Santos, foi aprovada hoje, em reunião de câmara, com os votos a favor do PS e os votos contra dos vereadores do PSD.

O autarca justificou esta tomada de posição com os problemas que se arrastam “há muito tempo” na unidade hospitalar que agrega os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego.

Rui Santos destacou, como um dos “casos mais gritantes”, a saída de “vários médicos anestesistas”, o que provocou uma “redução dos tempos operatórios em mais de 50%” e, consequentemente, “um grande aumento dos tempos de espera em cirurgia”.

Para além da partida dos anestesistas, o autarca elencou a saída de outros médicos como urologistas, otorrinolaringologistas ou dermatologistas, e destacou também a falta de enfermeiros.

O presidente referiu ainda que o CHTMAD possui um “défice de 11 milhões de euros”.

“O caos é evidente”, sublinhou.

A Câmara de Vila Real decidiu, por isso, promover uma vigília, em data ainda a determinar, que visa alertar para a situação “gravíssima” do centro hospitalar e para a qual vai convidar toda a população, bem como os profissionais que trabalham na unidade de saúde.

Vai ainda iniciar uma campanha de alerta para a “realidade” do CHTMAD, através da distribuição de materiais gráficos diversos, e insistir, junto do ministro da Saúde, com um pedido de reunião urgente.

O autarca teme que “o esvaziamento do centro hospitalar” seja estratégico para levar à sua desclassificação de hospital central para hospital distrital.

Os vereadores do PSD votaram contra a proposta apresentada pelo executivo de Rui Santos, uma tomada de posição que o presidente considerou ser “inacreditável”.

“O PSD optou pela ‘partidarite’, pela não defesa da população mas por defender o ministro da Saúde e o Governo de coligação”, salientou.

António Carvalho, vereador social-democrata, considerou ser “despropositada” e “oportunista” a posição do presidente socialista e entendeu que as medidas propostas apenas vão servir para “alarmar a população”, não levando a “uma maior eficácia do centro hospitalar”.

Referiu ainda que se trata de “uma campanha política” por parte dos socialistas e referiu que, segundo informações recolhidas junto da unidade de saúde, que se estão a contratar enfermeiros, e que será possível contratar médicos para os serviços mais carenciados através da “situação de excecionalidade” decretada pelo ministério.